As negociações já duram meses, mas o encontro desta quarta é considerado um avanço importante
O governador José Ivo Sartori entregou, nesta quarta-feira (8), ao presidente Michel Temer, em Brasília, o pré-acordo para a adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). As negociações já duram meses, mas o encontro desta quarta é considerado um avanço importante para o governo do Estado porque o documento entregue no Palácio do Planalto explica ponto a ponto o que o Estado fez, vem fazendo e está disposto a fazer para aliviar a grave crise financeira. (Confira abaixo o resumo da proposta de pré-acordo.)
A principal vantagem da adesão é que o governo gaúcho ficaria três anos sem pagar a parcela da dívida com a União, com a possibilidade de prorrogar o benefício por mais três anos, num total de seis. Considerando apenas os três primeiros anos (2018-2020) de carência, cerca de R$ 11,3 bilhões deixaram de sair dos cofres públicos, segundo cálculos da Secretaria da Fazenda.
Outro ponto positivo é que a adesão permitiria ao Estado obter novos financiamentos de instituições financeiras nacionais e internacionais, algo que hoje não pode fazer porque já atingiu o teto máximo permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em coletiva à imprensa nacional, o governador destacou que a medida representa a retomada da capacidade de financiamento, o investimento de mais recursos em áreas essenciais e a possibilidade de pagar em dia o salário do funcionalismo. "Depois de muito trabalho, de muito empenho, sem estardalhaço e sem demagogia, construímos um caminho para sair da crise. É uma oportunidade real de projetar um novo futuro para o Estado. E este caminho vai passar, necessariamente, pela aprovação do regime na Assembleia Legislativa", salientou Sartori.
Para o governador, o caminho é longo, mas precisa ser enfrentado. "O Regime de Recuperação Fiscal é um passo decisivo para sairmos da crise. Mas não é tudo. Este trabalho, independente de quem esteja no governo nas próximas gestões, precisa ter continuidade. Estas mudanças não podem parar", reforçou.
Esforço pelas garantias
Uma das maiores resistências do governo federal é em relação às garantias que o RS precisa apresentar. Por isso, Sartori se preocupou em explicar as medidas de ajuste fiscal que vem adotando desde o primeiro dia de governo. Uma das principais é a criação da Previdência Complementar, já aprovada pela Assembleia Legislativa.
Além disso, o Estado está disposto a vender empresas que hoje são deficitárias para o RS, como a CEEE, a CRM (Companhia Riograndense de Mineração) e a Sulgás. A privatização de empresas públicas tem sido uma das maiores exigências do Ministério da Fazenda. Se o Rio Grande não aderir ao regime, chegará a 2020 com um déficit orçamentário de R$ 20,7 bilhões. Este valor é maior que a folha salarial dos servidores do Poder Executivo de um ano inteiro.
No entanto, o governador lembrou que o Poder Legislativo tem um papel fundamental nesse processo. Se a União aceitar o acordo e assinar com o Rio Grande do Sul, a adesão ainda precisa ser aprovada na Assembleia, assim como a venda das estatais gaúchas.
Acompanharam o governador os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Henrique Meirelles (Fazenda) e Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário); os secretários de Estado Fábio Branco (Casa Civil), Carlos Búrigo (Planejamento, Governança e Gestão), Cleber Benvegnú (Comunicação), Giovani Feltes (Fazenda) e o procurador-geral do Estado, Euzébio Ruschel; os senadores Ana Amélia Lemos e Lasier Martins; os deputados estaduais, Gabriel Souza, Vilmar Zanchin, João Reinelli, Frederico Antunes e Any Ortiz; os deputados federais Darcísio Perondi e Giovani Cherini; e os presidentes da Fiergs, Gilberto Petry, e da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn.
Notícias relacionadas
Maioria do STF vota por manter símbolos religiosos em órgãos públicos
Prevalece posição do relator de que itens fazem parte da cultura
Oito novos projetos ingressam na pauta do Legislativo desta segunda
Após a reunião ordinária, ocorre uma reunião solene, com início às 19h30min
Vereador propõe a criação de escolas bilíngues em Santa Cruz
Proposta é de Rodrigo Rabuske, do Partido Liberal
“Impressiona a capacidade de investimento dos chineses”, destaca Airton Artus
Primeira visita da comitiva gaúcha na China foi às gigantes em tecnologia Huawei e BYD