Votação na Câmara de Vereadores rejeitou o projeto apresentado por Abel Trindade
A Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul rejeitou, na sessão realizada nessa segunda-feira (14), o projeto de lei “Escola Sem Partido”, proposto pelo vereador Abel Trindade (PL). A proposta, que visava proibir a “doutrinação ideológica” nas escolas, recebeu 7 votos favoráveis, 8 contrários e 2 abstenções, necessitando do voto de minerva da presidente Nicole Weber (Podemos) para ser rejeitada.
O texto do projeto estabelece que a Administração Municipal deveria coibir qualquer forma de doutrinação política ou ideológica dentro das instituições de ensino público. Também impõe restrições aos professores e administradores escolares, determinando que se abstenham de influenciar os alunos politicamente, avaliando-os de forma imparcial e sem envolver suas próprias convicções partidárias no conteúdo das aulas.
O vice-presidente do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Cruz do Sul (Sinprom), Eduardo Barreto, em entrevista à Arauto News 89,9 FM, destacou que a rejeição ao projeto já era esperada, mas destacou que o debate aberto durante o processo foi importante para expor as reais necessidades das escolas. Para ele, o “Escola Sem Partido” era uma tentativa de censura aos professores e uma forma de estimular discursos de ódio nas instituições de ensino.
“Esse projeto, que na realidade é um projeto de ódio aos professores, um projeto de censura às escolas, gerou debates importantes. Tivemos mais espaço para mostrar o que as escolas realmente precisam”, afirmou Barreto. “Mas, além disso, também expôs um problema sério, que são os ataques recorrentes aos professores. Recentemente, tivemos dois casos, em Tunas e em Caxias do Sul, onde professores foram atacados. E esses ataques são impulsionados por discursos de ódio, algo muito perigoso“, acrescentou.
O vice-presidente do Sinprom também foi enfático ao afirmar que o projeto nasceu de uma base de informações distorcidas e fake news. Segundo ele, o projeto foi alimentado por um pânico generalizado causado por notícias falsas, que pintavam uma realidade distorcida nas escolas. “Esse projeto surge principalmente a partir de fake news, que criam um pânico desnecessário na sociedade, especialmente entre pais e mães que ficam preocupados com a educação de seus filhos“, explicou Barreto.
Como votaram os vereadores:
- A favor: Abel Trindade, Édson Sortica, Ilário Keller, Cleber Pereira, Luizinho Ruas, Raul Hermes e Serginho Moraes.
- Contra: Alberto Heck, Andrei Barboza, Eduardo Wartchow, Gerson Vargas, Jair Eich, Jeferson Redondo, Licério Agnes e Nicole Weber.
- Abstenção: Edson Azeredo e Raul Fritsch.
Ouça a entrevista completa:
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