Eduardo Lobo Alcayaga também destaca que existe um fenômeno na água chamado eutrofização, o qual foi agravado pela enchente
O gosto e o odor da água fornecida pela Corsan/Aegea têm gerado amplo debate em Santa Cruz do Sul. Diante dessa situação, alguns moradores têm buscado fontes alternativas de abastecimento. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News, o professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e doutor em Ciências Aquáticas, Eduardo Lobo Alcayaga, explicou que esse é um problema recorrente, e que foi agravado devido o odor e gosto da água.
Conforme o professor, a causa está relacionada ao fenômeno da eutrofização, um processo de poluição caracterizado pelo aumento da concentração de nutrientes, como fósforo e nitrogênio, em corpos d’água. Essa ocorrência resulta no crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas, causando impactos ambientais e afetando a qualidade da água para o consumo humano.
Alcayaga apontou que a tragédia climática de maio, que atingiu o Rio Grande do Sul, trouxe uma grande quantidade de matéria orgânica para o Lago Prefeito Telmo Kirst. Esse material acumulado serviu como fonte de nutrientes para o crescimento acelerado de algas, o que estaria contribuindo para o gosto e o odor alterados da água.
O professor destacou que o problema da eutrofização é global. Ele mencionou um episódio similar ocorrido durante os preparativos para as Olimpíadas de Paris de 2024, quando uma competição foi adiada devido à contaminação da água do Rio Sena. No Brasil, o fenômeno também afeta o Guaíba, em Porto Alegre.
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Na região do Vale do Rio Pardo, segundo ele, apenas 54% dos domicílios estão conectados à rede de coleta de esgoto, enquanto o restante utiliza fossas sépticas ou descarta diretamente na água. “O problema é grave. Precisamos tratar o esgoto. Sem isso, continuaremos enfrentando problemas recorrentes”, alertou Alcayaga.
Segundo o professor, existem soluções para o problema em curto, médio e longo prazo. “No curto prazo, a Corsan precisa tratar a água para torná-la potável. O tratamento com carvão ativado pode remover o odor e o sabor desagradável, restabelecendo a qualidade da água”, explicou.
Ele também ressaltou a necessidade de políticas públicas voltadas ao tratamento de esgoto como solução de médio e longo prazo. No entanto, Alcayaga alertou que o tratamento com carvão ativado, embora eficaz, pode não ser suficiente para eliminar totalmente o odor e o gosto diferentes da água.
“A Portaria 888 de 2021, que regula a potabilidade da água, exige testes organolépticos para avaliar a intensidade do sabor e odor. Esses testes seguem uma escala de zero a 12, em que zero significa ausência de odor e gosto, e 12 representa intensidade forte. Pela norma, o valor máximo permitido é seis, considerado fraco a moderado. Se o resultado ultrapassar esse limite, a água não é considerada própria para consumo”, explicou.
Conforme a regulamentação, esses testes devem ser realizados a cada três meses para monitorar a qualidade da água.
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