Se a vida fosse um constante subir não haveria oportunidade de aprendermos a levantar após cair. Não haveria a oportunidade de aprendermos a estender a mão e ajudar a quem caiu. Não haveria oportunidade de pedir desculpa, de reconhecer erros e glorificar acertos. Não haveria oportunidade de dar um novo significado a algo outrora aprendido.
Agora um cinquentão, muito me orgulha perceber que quanto mais eu viver mais chance terei de novas coisas aprender. Parece uma frase clichê mas é o que meu coração sente e o faz bater mais forte mas também, ao mesmo tempo, faz ele ficar aflito mediante tudo que estamos vivendo.
A vida é um evoluir, pelo menos deveria ser, mas é interessante como as coisas vão mudando sendo que em determinados momentos acabamos nos questionando e duvidando daquilo que aprendemos, daquilo que nos ensinaram.
Duvidar é algo maravilhoso, pois nos permite ampliar horizontes, fazer novas descobertas e expandir nossa mente. Entretanto, para duvidar, é preciso ter clareza no que estamos buscando, caso contrário o risco de nos perdermos na jornada é gigante.
Talvez o grande problema seja que a busca pelo novo tenha tomado um propósito individualista e, assim sendo, muitas vezes aquilo que se busca não é o grande aprendizado, o bem de todos e de tudo mas apenas confirmar verdades e ideologias próprias.
Nos últimos dias estamos vivendo isso de maneira muito clara. Assim como na pandemia, muito sofrimento, na minha percepção talvez até mais, pois muitos tiveram suas vidas dilaceradas, perderam o suor e o trabalho de uma vida toda.
Se na pandemia nos isolamos por causa de uma doença, agora ficamos isolados territorialmente em função da impossibilidade de deslocamento. Contudo, ao mesmo tempo, nos aproximamos das pessoas em função da ajuda mútua, da solidariedade e, mais ainda, em função do que aprendemos na infância, ou seja, a importância de um lar e da família.
Confesso que tenho evitado excesso de informações, pois me angustia ver e ouvir que, em meio a tanta desgraça, o ser dito humano consiga tentar tirar proveito do momento e da situação para seu benefício próprio.
A tendência ao ler o acima colocado pode ser e lhe trazer à mente os saques nas casas abandonadas e alagadas; os roubos aos estabelecimentos comerciais alagados e por aí vai. São situações lamentáveis, mas em muitos casos dignas de perdão pois não consigo e nem tenho pretensão a julgar ninguém. Perder tudo, não ter alimento, roupa e dignidade enquanto ser social deve ser desesperador.
Entretanto, ver que pessoas em meio a tudo isso não conseguem fazer um elogio, pois se a ação partiu de alguém que pensa o contrário não tem valor, é triste. Ver pessoas preocupadas apenas em garantir interesses políticos e financeiros é lastimável. Nem sempre ter estudo e boa educação significa ser honesto, ter virtudes gloriosas e coerência com os princípios a que se propôs viver.
Se a vida fosse um constante subir não haveria oportunidade de aprendermos a levantar após cair. Não haveria a oportunidade de aprendermos a estender a mão e ajudar a quem caiu. Não haveria oportunidade de pedir desculpa, de reconhecer erros e glorificar acertos. Não haveria oportunidade de dar um novo significado a algo outrora aprendido.
Enfim, (RE) APRENDER é algo espetacular, mas requer dedicação, vontade e persistência. Requer mente aberta, coração aberto e vontade de fazer a diferença não apenas na sua vida mas no universo como um todo.
Se você aceita uma dica eu lhe diria: OBSERVE AS CRIANÇAS. Elas são campeãs nessa arte de viver, de aprender e sempre buscar o novo e melhor. Não tenha medo nem receio de mudar, pois medo é uma visão sua em relação ao futuro e este não nos existirá se não vivermos o agora, o presente.
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