Diante das enchentes que assolam mais de 400 municípios do Rio Grande do Sul, os proprietários de veículos afetados enfrentam um desafio para a recuperação dos automóveis que foram submersos em água. Juliano Rocha e Everton Petry, dois mecânicos com atuação em Santa Cruz do Sul, explicaram quais as medidas devem ser adotadas neste momento.
Juliano Rocha enfatiza a importância da higienização completa e troca de fluidos. “O primeiro passo é a remoção de bancos, carpetes e uma lavagem completa do veículo para eliminar qualquer contaminação. Depois, é crucial substituir os fluidos do motor, transmissão e freio, pois a água pode ter penetrado nesses sistemas, causando danos graves“, explica. Rocha adverte contra a tentativa de recuperação por conta própria, destacando a complexidade do processo e os riscos envolvidos na manipulação incorreta dos componentes elétricos do veículo.
Já Everton Petry salienta os cuidados específicos para veículos pesados, como caminhões e ônibus. “Precisa identificar até onde a água penetrou no veículo e nunca tentar dar partida no motor. Vai precisar de uma manutenção cuidadosa, incluindo a verificação dos níveis de óleo e a limpeza especializada dos tanques de combustível“, pontua. Além disso, Petry enfatiza a importância de não tentar ligar o veículo por conta própria, recomendando que os proprietários procurem a assistência de profissionais especializados.
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Recuperação depende da complexidade eletrônica e da gravidade da inundação
Ambos os especialistas concordam que a recuperação de veículos submersos em enchentes pode ser viável na maioria dos casos, embora a complexidade eletrônica do veículo e a gravidade da inundação possam influenciar no processo de recuperação.
Veículos mais antigos, com menos componentes eletrônicos, tendem a ser mais fáceis de recuperar do que os modelos mais recentes, que apresentam uma maior dependência de sistemas eletrônicos. No entanto, a altura da inundação e o tempo em que o veículo permaneceu submerso também influenciam no grau de danos causados.
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