Geral e Polícia

Inquérito da morte de Francine deve estar pronto até sexta-feira

Publicado em: 28 de agosto de 2018 às 14:38 Atualizado em: 20 de fevereiro de 2024 às 11:58
  • Por
    Lucas Miguel Batista
  • Fonte
    Grupo Arauto
  • Foto Lucas Batista/Jornal Arauto
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    Concluído, o documento será encaminhado ao Judiciário. Suspeito segue preso

    O Caso Francine terá mais um capítulo nesta semana. Até sexta-feira (31), a delegada Lisandra de Castro de Carvalho, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), deve estar com o inquérito da morte da jovem vera-cruzense concluído. O indiciamento definitivo de quais crimes Jair Menezes Rosa, preso na última quinta-feira, deve responder, será conhecido somente no inquérito, que será remetido ao Poder Judiciário. No entanto, Lisandra adianta que, por ora, deve ser por estupro e feminicídio. Ainda faltam resultados de exames, solicitados pela Polícia. Tratam-se das roupas. “Não sei se a perícia estará pronta até sexta-feira”, fala a delegada, que está à frente das investigações.

    RELEMBRE 
    Francine Rocha Ribeiro, de 24 anos, foi morta no Dia dos Pais, em uma trilha próxima ao Lago Dourado. A jovem caminhava na pista do complexo turístico, quando, possivelmente, foi abordada por Jair Menezes Rosa. Ele a conduziu até o mato. Lá, estuprou, bateu e estrangulou a menina. Os detalhes do crime foram apresentados na manhã da última sexta-feira, em coletiva de imprensa. A prova mais contundente para apontar Jair como praticamente do crime de abuso sexual foi um exame que comprovou que o material genético encontrado no corpo de Francine era do santa-cruzense. A perícia localizou vestígios de sêmen nos seios, nos órgãos genitais e na região do umbigo da vítima. Além disso, frisou o delegado regional, Luciano Menezes, na coletiva, que foi encontrado um pelo pubiano pertencente a Jair junto a uma das coxas de Francine. “O material genético foi encontrado na vítima. Isso é incontestável”, afirmou a delegada Lisandra, também na coletiva.

    Jair está preso desde a última quinta-feira, mesmo dia que o resultado do exame de DNA chegou ao conhecimento da Polícia. O presídio onde ele está é mantido em sigilo. O homem deve permanecer recolhido até o julgamento.

    “Passava sempre de cabeça baixa”, diz vizinha de Jair

    A casa de Jair fica no bairro Navegantes, poucos metros à frente da Praia dos Folgados. A rua é estreita, tem alguns buracos  – a maioria cobertos pela água da chuva e pela região de várzea. Na tarde do último domingo, o portão fechado e chaveado indicava que não teria ninguém dentro da moradia. Uma vizinha confirmou: “ela [mulher de Jair] saiu com a filha”, disse. Alguns objetos, segundo moradores próximos, também foram levados pelas duas. O motivo: desconhecido.

    Sem falar o nome, uma das moradoras contou da rotina de Jair. “Passava sempre de cabeça baixa, não cumprimentava ninguém”, disse. “Sabia que ele era agressivo. Buscou a filha a ‘laço’ um dia no campinho [a alguns metros da casa]”, contou. A vizinha tinha pouco contato com a família de Jair. Via raramente na rua, mas não imaginava que um dia o homem pudesse cometer uma atrocidade dessas.

    Com histórico de violência doméstica na família, esta vizinha diz entender a situação da esposa de Jair. “Eu sei porque ela não denunciou. Ela tinha medo”, disse. “Eu perdi uma irmã. O meu cunhado matou ela a facadas, porque ela denunciou ele na Polícia”, relembrou a tragédia, ocorrida há seis anos. Hoje, os sobrinhos moram com ela no bairro Navegantes. O pai das crianças está na cadeia; a mãe, no cemitério. “É uma família destruída”, resume a moradora.

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