SEGURANÇA

Efetivação do programa Família Acolhedora é desafio para gestão de Santa Cruz

Publicado em: 26 de dezembro de 2024 às 11:23
  • Por
    Mônica da Cruz
  • Colaboração
    Eduardo Wachholtz
  • Imagem ilustrativa | Foto: Freepik/Divulgação
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    Até o momento, apenas uma família está habilitada para receber e auxiliar crianças ou adolescentes

    Com os abrigos praticamente lotados e quase cem crianças e adolescentes, entre zero e 18 anos, acolhidos em Santa Cruz do Sul, a efetivação do Programa Família Acolhedora é um dos desafios para a próxima gestão do município.

    Criado há dois anos, o serviço busca famílias parceiras para receberem, em suas casas, por tempo determinado, crianças ou adolescentes afastados de suas famílias por meio de medida protetiva.

    O acolhimento ocorre até que seja viabilizado o retorno aos parentes de origem ou haja uma determinação pelo encaminhamento para adoção. Todo o processo é realizado por uma equipe técnica que faz o acompanhamento de todas as partes envolvidas.

    Secretária de Desenvolvimento Social de Santa Cruz, Priscila Froemming, destaca que as ações precisam ser intensificadas, ainda mais pela iniciativa ser, de modo geral, recente. “Precisamos intensificar, porque sabemos que é um serviço novo, muitas pessoas têm dúvidas. Em Santa Cruz nós fizemos campanha de divulgação, de sensibilização das famílias, mas houve toda a situação das cheias, era ano eleitoral, a equipe estava reduzida e isso acabou ficando. Mas este serviço precisa ser retomado com mais força”, afirma.

    Conforme Priscila, o programa visa oferecer um suporte às crianças e adolescentes que estão passando por algum momento difícil e precisaram sair de suas casas. “São famílias que são capacitadas para acolherem crianças que estão em situação de violência ou que tiveram que ser retiradas de suas famílias. Elas ficam até que possam retornar para seus lares de origem ou haja a destituição da família e elas vão para a adoção”.

    No entanto, a secretária salienta que essa família, cadastrada no programa santa-cruzense, não pode estar na fila de adoção. “É uma família que vai prestar um serviço, vai acolher, amar essa criança. Mas ao invés dessa criança estar em uma instituição, ela vai estar com a família, ganhando um suporte”, complementa.

    Para Priscila, Santa Cruz está seguindo uma tendência mundial, que indica que os abrigos serão substituídos por programas com famílias que possam realizar o trabalho de acolhimento. Ela relata que a prefeitura repassa um subsídio financeiro para quem realiza o acolhimento, visando, desta forma, auxiliar nas despesas. Além disso, a criança ou adolescente pode ficar com a família acolhedora por, no máximo, dois anos.

    Ainda de acordo com a secretária, todos os envolvidos recebem acompanhamento social e psicológico. “O objetivo é sempre que a criança retorne para sua família de origem.” Deixando a Secretaria de Desenvolvimento Social de Santa Cruz no final do ano, Priscila pede que os novos gestores deem atenção ao projeto. “Se puderem priorizar este serviço, porque tem aumentado muito os acolhimentos. Estamos com nossos abrigos lotados, então é preciso trabalhar outra opção de acolhimento”, frisa.

    Atualmente Santa Cruz possui apenas uma família habilitada e pronta para o acolhimento familiar e a ideia é ampliar a iniciativa, captando mais interessados. Para maiores informações, basta ligar para o telefone 3690 4123 ou acessar o Instagram @familiaacolhedora.scs.

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