Tempo do Epa

  • Por
    Carolina Almeida
  • Tempo do Epa

    Um prédio que carrega a nossa história econômica

    Publicado em: 29 de novembro de 2024 às 08:03
    EM 1958, PRÉDIO AINDA NÃO OCUPAVA TODO QUARTEIRÃO | ACERVO ALFEU HEPP
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    A grandeza do imóvel que sediou fumageiras como a Verafumos rende lembranças e imagens que marcam a vida dos vera-cruzenses

    Com muita alegria que recebi – como todos os vera-cruzenses, imagino – a notícia da venda do prédio da antiga Verafumos. E ao conversar com o amigo Alfeu Hepp, vizinho do imponente prédio, é muito bacana perceber que ele expõe na parede do escritório quadros que são verdadeiros testemunhos dessa grandeza, dessa potência que foi a empresa em Vera Cruz. Começou, como ele mesmo recordou, como Edmundo & Cia, fundada pelo seu pai, Arno Hepp, e Edmundo Gruendling. Mas foi na sucessora, a Companhia Lopes Sá, que deu início a sua carreira, aos 18 anos, como safreiro, com um salário mínimo no bolso.

    Os nomes foram mudando com o passar dos anos: primeiro foi Verafumos, depois Dibrell, Dimon e ele se aposentou já na Alliance One, após 42 anos de trabalho na fumageira. Depois o local ainda ganhou mais empresas do setor, até que o prédio esvaziou e abandonado ficou por um bom tempo. A foto postada na coluna é de 8 de setembro de 1958, ou seja, antes da emancipação de Vera Cruz.

    Mas temos mais passagens bacanas para recordar. Na revista Memórias, lançada por ocasião dos 35 anos do Jornal Arauto, em 2021, foram selecionadas capas marcantes, dentre elas, o início do funcionamento de outro prédio historicamente importante: o Centro Administrativo da Verafumos, onde hoje funciona a Caixa Econômica Federal e uma série de outros estabelecimentos.

    Pois foi em 1987 a inauguração e estampou a capa em 23 de maio. Em matéria especial, contava a trajetória que iniciara como Edmundo & Cia, depois, em 1956 virou Companhia Lopes Sá e só em 1968, quando uma companhia holandesa chamada Tabak Export & Import Compagnie (TEIC) comprou a indústria, que passou a se chamar Verafumos.

    Pois o moderno prédio passou a abrigar as diretorias da empresa e o escritório geral em uma área construída de 3.600 metros quadrados, em dois pisos e subsolo. O curioso – até por ter bloqueado temporariamente o trânsito em uma das principais ruas do centro, a Cláudio Manoel – foi a construção de um túnel ligando a fábrica ao Centro Administrativo, em esquinas diagonais. A intenção era dar mais segurança e privacidade aos funcionários que se deslocavam entre as duas unidades. Naquela época, a Verafumos concentrava 456 colaboradores efetivos e 1,5 mil safreiros.

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