Para o “vizinho da Verafumos”, compra do prédio representa esperança

O vera-cruzense Alfeu Hepp é um entre tantos que dedicou sua vida profissional ao setor fumageiro e atuou nos tempos áureos da antiga Verafumos. Mas ele tem um diferencial: viveu a vida inteira de frente para a empresa, que começou como Edmundo & Cia, fundada pelo seu pai, Arno Hepp, e Edmundo Gruendling. Mas foi na sucessora, a Companhia Lopes Sá, que deu início a sua carreira, aos 18 anos, como safreiro, com um salário mínimo no bolso.

Os nomes foram mudando com o passar dos anos: primeiro foi Verafumos, depois Dibrell, Dimon e se aposentou já na Alliance One, após 42 anos de trabalho na fumageira. Alfeu nasceu e sempre viveu ali, na rua Cláudio Manoel, em frente do prédio imponente que ele viu crescer e ser abandonado.

Ainda que outras empresas do tabaco vieram antes e depois, o imóvel ficou consolidado como o prédio da Verafumos. “Era uma potência. Imagina só, 650 empregados efetivos”, recorda ele, lembrando que Vera Cruz girava em torno da empresa. “E eu desde criança atravessava a rua e ia lá dentro”, recorda, dos tempos da Edmundo & Cia.

“O pai morreu quando eu tinha 15 anos e cheguei à conclusão que precisava aliviar as costas da mãe”, recorda ele, dos tempos de descarregar fumo cru, da pesagem, até ir evoluindo para classificação e chegar no produto acabado, onde se aposentou como gerente. “No auge da Verafumos tínhamos 14 depósitos espalhados”. Para quem viveu esse fervor econômico todo, ver o prédio abandonado e depredado depois de conviver com tanta circulação de pessoas na safra, é triste.

Por isso, “o vizinho da Verafumos” se soma aos que se encheram de esperança e alegria com a notícia de que o espaço foi vendido, receberá logo mais um novo investimento, uma nova vida, um novo movimento para um quarteirão tão simbólico aos vera-cruzenses.  A compra pela Medlive dá um novo ânimo e Alfeu torce para que essa nova fase contemple geração de emprego e renda para a cidade novamente.