Talvez a campanha por compras ajude a diminuir a pressão psicológica residual da destruição das águas e deixe as pessoas mais confiantes
UM aviso para quem ainda não se deu conta, mas estamos a pouco mais de três semanas do Natal. Época do ano que o comércio, em especial, espera também receber um presente antecipado: a volta dos clientes depois de vencida a etapa da renegociação das dívidas. Aqui vale a máxima: cliente satisfeito sempre volta. É a largada do que se convenciona chamar de maratona natalina, um período em que as lojas se esmeram em atrações para motivar as vendas, independentemente de como estavam no ano até aqui, porque afinal, tivemos a grande enchente de maio, e queiram ou não, impactou a todos.
Aliás, lembrando que há um ano estávamos igualmente enfrentando a segunda enchente seguida, principalmente arrasando comunidades do Alto Taquari, mobilizando um mega mutirão para limpar as cidades e levar doações de toda ordem para a população impactada. Por isso, acredita-se que a campanha por compras ajuda a diminuir a pressão psicológica residual da destruição das águas e deixam empresários e consumidores mais confiantes e otimistas. Aos poucos a normalidade vai assumindo seus espaços. A essência do movimento de Natal é isolar, ainda que por momentos, os problemas durante o ano que assustaram e até afastaram os clientes.
Tempo de se agarrar às notícias e augúrios de um bom final de ano. Foram muitos meses de contingenciamento de despesas, atendendo aos apelos humanitários em socorro das famílias desalojadas. O desânimo pós-enchente que atingiu a todos indistintamente vai perdendo a sua resistência. A reconstrução do Rio Grande passa pela volta de novos dias e aflora no íntimo de cada um, uma espécie de “vingança do bem”.
Ainda tem muito a ser feito, é claro, pois milhares de famílias ainda estão acomodadas provisoriamente, ou em alojamentos públicos ou em casa de parentes, privadas de maiores comemorações e consumo. Ações assistenciais estão atentas a essa condição e darão a colaboração na medida do possível. Com o Natal chegando, comércio e clientes querem deixar pra trás os tempos de incertezas que os desastres climáticos causaram.
Estudos mostram que comprar traz um prazer para ambas as partes. Presentear mais ainda, por que é um gesto que faz com que as pessoas se sintam prestigiadas e queridas, eis que junto vem um abraço, uma demonstração de afeto, de alegria e fraternidade. Mas nem por isso é preciso sair na afobação, torrando grana em supérfluos e novamente se afundar em dívidas.
Recomenda-se um planejamento, compre somente o necessário e lembre-se de ajudar também uma família que ainda está em situação transitória. Ademais, dê preferência ao comércio local, sempre com boas opções de compra e um sorteio que irá premiar clientes. Dito isso, boas compras. Faz bem a todos.
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