Colunista

Álvaro Werner

Ponto de Encontro

Otimismo contido

Publicado em: 13 de dezembro de 2024 às 08:05
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Mais importante do que estatísticas, na verdade ainda discretas diante das necessidades das empresas e da população, são as mudanças de ânimo

ESTA é a época do ano dos balanços de todos os níveis das atividades que movimentam a economia. Aqui, nas coxilhas da Província de São Pedro, apesar de todos os problemas enfrentados desde setembro do ano passado, bem conhecidos e sentidos por todos, uma análise superficial revela que o ponto comum tem sido um otimismo contido. Mais importante do que os números de estatísticas, na verdade ainda discretos diante das necessidades das empresas e da população, são as mudanças de ânimo. Sim, pois nada se consegue transformar, nenhum objetivo se atinge sem otimismo, sem vontade de realizar, sem a vontade de superar. A perspectiva que se apresenta é o de que uma transformação é possível sim, desde que haja também correspondência de uma postura firme do Piratini exigindo uma resposta mais imediata diante da sonolência de Brasília. Ano que vem já estaremos em período pré-eleitoral diante da nova eleição presidencial que se avizinha lá em 2026, quando os recursos do Grande Erário serão distribuídos à rodo aos amigos da realeza. Espera-se que por isso, o país não sofra com a ação predatória dos maus gestores públicos, daqueles políticos que há décadas estão infestando os palácios de Brasília, acostumados às facilidades de saques ilimitados para satisfação de suas paróquias eleitorais.

Com efeito, estaremos à mercê da velha e nefasta política do “toma-lá-dá-cá”, dos conchavos coronelistas, do compadrio, das convenções espúrias, etc. Até que ponto isso poderá ajudar ou dificultar a chegada de novos recursos tão necessários para a reconstrução do Estado? É uma incógnita, porque todos os naipes da política querem levar vantagem, o que sem dúvida é possível antever um novo ano de muitos solavancos, declarações contundentes, antagonismo explícito, todos querendo alcançar espaços na mídia. A maioria dos políticos não têm uma causa específica e bem definida pela qual lutar. Querem esbravejar, acusar sem provas, discutir sem conhecimento e jogar para a plateia. Estamos sim, diante de dias sombrios dessa letargia dos engravatados do andar de cima. A sociedade de forma geral mostra-se indignada com a incapacidade de diálogo entre os poderes constituídos que deveriam exercer pacificamente suas funções, prerrogativas e competências de forma harmônica conforme manda a Carta Constitucional. A tudo isso ainda se agregam os ataques polarizados nas redes sociais levados a um fanatismo partidário de lado a lado, esquecendo-se do coletivo em detrimento dos interesses pessoais, políticos e partidários. Longe desse apagão moral que grassa nos palácios e mansões do poder, é o amor do povo pelo Rio Grande que irá reconstruir o estado. Espera-se, sobretudo, um olhar de valorização dos municípios, os primos pobres, onde o Brasil acontece de fato, onde a cidadania recebe o primeiro atendimento.