Enquanto lá esperam pela abundância das chuvas como tivemos aqui, resta que tomemos nós as precauções necessárias para preservar a saúde
“QUEM quiser saber quem sou, olha para o céu azul…” Pois, está difícil ver o azul do céu como diz a composição do saudoso Victor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, pioneiro dos tradicionalistas que cantou e glorificou as riquezas do Rio Grande e os predicados de sua gente. As queimadas do Centro-Norte do país estão turvando os céus das coxilhas de São Pedro. Fica difícil simplesmente justificar autocombustão por causa da seca, como tentam fazer crer algumas autoridades tentando se esquivar de responsabilidades. Onde estão os defensores do meio ambiente da Lei Rouanet, o Leonardo DiCaprio, o presidente da França Emmanuel Macron, a pirralha Greta Thunberg que sempre tinham solução pronta em outros tempos? Andam sumidos por quê? As imagens de satélite mostram ação de predadores humanos. Alguns já foram presos. Criminoso ou não, com o Planeta em permanente ebulição, é urgente alternar a emissão dos tais gases do efeito estufa por fontes de energias renováveis. Sem essa mudança, um cenário de destruição e de vidas de animais e seres humanos ceifadas pelo fogo ou pelas águas como em maio passado aqui no Rio Grande, continuará acontecendo. Mas essa troca por novas energias menos poluentes e proteção de cursos d’água só acontecerá se houver a vontade política dos nossos governantes, do engajamento dos empresários, da participação de ONG’s ambientais e da colaboração da população. Por enquanto, o que se vê sempre são ações urgentes da Defesa Civil, Bombeiros e prefeituras salvando desabrigados e apagando incêndios. Literalmente.
AS queimadas, assunto do momento e que estão ocorrendo também em alguns países vizinhos como mostrado na mídia não afetam apenas o agronegócio, para citar apenas um setor que sofre prejuízos materiais de forma direta e contundente. São resultantes de secas cada vez mais prolongadas, descomedidas e sequenciais, deixando o ar que respiramos altamente nocivo e tóxico à saúde, principalmente para os bebês, os idosos, ou quem sofre de problemas respiratórios crônicos. Mesmo sem perceber, a saúde de todos está em risco, ainda que de certa forma, imperceptível. As agressões ao meio ambiente, efeito da ação humana contra o ecossistema ao longo dos tempos, acabaram provocando os extremos, ou seja, desde a falta até o excesso de chuva. Nos incêndios de agora, também os cursos d’água são afetados, o solo perde nutrientes, as plantações primárias são atingidas, os alimentos ficam escassos e menos saudáveis, sobem os preços e prejudicam a economia como um todo. Enquanto lá esperam pela abundância das chuvas como tivemos aqui, resta que tomemos nós as precauções necessárias para preservar a saúde. A partir de hoje vem aí o fumacê dos costelões dos acampamentos gaudérios que vai se espalhar por toda Província, porque está iniciando a Semana Farroupilha. “…e grita junto comigo, viva o Rio Grande do Sul”
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