De forma descontrolada as fake news tornaram-se uma epidemia, uma ameaça política e pessoal em todo o mundo
EM tempos de informação digital, é muito difícil encontrar alguém que não tenha sido alvo de alguma notícia falsa. As “fake news” trafegam com uma velocidade espantosa, gratuitamente, para todo mundo consumir. Nesse tsunami de informações que vão chegando via Internet, é natural que as pessoas tenham certa dificuldade em diferenciar o que é fato, do que é mentira, um fenômeno agravado com o uso da IA, a inteligência artificial. A disseminação desregrada e contínua tem impactado a sociedade de forma direta ou indiretamente. As notícias que vão sendo absorvidas, verdadeiras ou não, ganham visibilidade e amplitude rapidamente e se espalham numa celeridade ainda maior à medida que vão se multiplicando pelas várias plataformas digitais, como o WhatsApp, Facebook, Threads, TikTok, ou até pelo X (ex-Twitter) que deixou de operar no Brasil, por enquanto. A produção de “fake news” envolve um aparato sofisticado da área da comunicação. Inicia por uma invasão ilegal na Internet, capta-se o fato que é modificado conforme prefere o “hacker”, e a tecnologia faz a devolução à rede mundial, com alguma obstrução para que os rastros da enganação não sejam descobertos. Nenhum sistema, público, comercial ou doméstico está salvo de invasão.
POR outro lado, ter acesso à livre informação é um direito, um exercício de cidadania. Permite que as pessoas formem a sua crença sobre um determinado assunto. Contudo, se esse acesso é comprometido por “fake news”, a formação de opinião na sociedade estará sendo prejudicada e na pior das hipóteses, manipulada. Existem grupos ou indivíduos interessados em fomentar tramas, e disseminam juízos e valores inverídicos com a finalidade de obter algum ganho sejam quais forem os objetivos. Normalmente abordam acontecimentos atuais que estão sob foco da mídia e o manipulam com intuito de alcançar alguma vantagem. Quem consome esse tipo de notícia é levado a acreditar no que está escrito, principalmente quando se trata de um tema favorável ao seu ponto de vista ou, ainda, se não tem uma posição formada acerca de algum conteúdo. No seu entendimento, contatos de sua relação precisam saber daquele fato e o induzem a divulgação sem, no entanto, que antes se confirme a sua veracidade.
DE fato, de forma descontrolada as fake news tornaram-se uma epidemia, uma ameaça política e pessoal em todo o mundo. Basta atentar para a quantidade de informações falsas vulgarizadas sobre cuidados com a saúde, ou mentiras de adolescentes que viralizam nas escolas para intimidar colegas ou a narrativa maldosa em períodos pré-eleitorais com claros objetivos políticos e eleitoreiros. Tanto isso se agigantou que até mesmo a grande mídia está em campanha para dar credibilidade aos seus programas informativos e noticiosos. Como se não bastasse os inconvenientes causados por notícias sem fundamentos ou distorcidas da realidade, as “fake news” também se prestam para golpes financeiros, como na grande enchente de maio, ou da recente queda do avião da Voepass. Mas essa questão das artimanhas para tirar dinheiro dos cidadãos vamos abordar oportunamente. As plataformas digitais estão fazendo censura sobre os conteúdos, mas é aconselhável que o usuário crie seu próprio filtro, use da sua intuição para identificar o que é falso e o que é verdadeiro. Enfim, todo cuidado é pouco com o trânsito digital de informações.
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