Polícia

“Eles mataram a minha família inteira”, lamenta a mãe de Carlos Kolbe

Publicado em: 01 de julho de 2022 às 15:26 Atualizado em: 03 de março de 2024 às 21:52
  • Por
    Eduardo Elias Wachholtz
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Ricardo Gais/Portal Arauto
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    Família do jovem, que morreu durante abordagem policial, está presente na reconstituição do fato

    A família de Carlos José Kolbe está presente na reconstituição da morte. Com camisetas personalizadas e que trazem fotos do jovem, a mãe Evani e o pai José acompanham de perto o trabalho dos peritos. A ação ocorre na tarde desta sexta-feira (1º) e auxilia na elucidação dos fatos que terminaram com a morte do frentista de 27 anos, em novembro de 2019, durante abordagem policial em Candelária. 

    No decorrer da entrevista à reportagem do Portal Arauto, Evani se emocionou ao lembrar do filho e destacou que todos foram impactados com a morte.  “Eu estou muito doente, a base de remédio. Meu esposo é o único que está conseguindo segurar a barra. A única coisa que eu posso dizer é que eles mataram a minha família inteira”, colocou. 

    Para José, a reconstituição traz de volta os sentimentos vivenciados quando recebeu a notícia que havia perdido o filho para sempre e espera que a reconstituição possa auxiliar no processo. “A gente quer que a verdade venha à tona e que os culpados sejam punidos. Eu ainda acredito na justiça brasileira”, disse. 

    Duas versões 

    Os pais de Carlos José Kolbe colocam que o jovem estava urinando em via pública quando foi abordado pela Brigada Militar. A guarnição foi até  local para atender uma ocorrência de perturbação do sossego. Depois de levantar do chão, segundo os pais, o jovem teria sido baleado pelas costas. Já Polícia Civil, no inquérito, apurou que a morte aconteceu em legítima defesa do policial.

    Segundo o advogado da família, Cleber Prado, a utilização de força foi desproporcional já que a vítima estava desarmada. “Tendo em vista que há duas versões conflitantes, faz-se necessário que haja reconstituição  dos fatos. O auto de necropsia, atestado pelo médico perito, evidencia que o disparo ingressou pelas costas. Não havia necessidade. A vítima estava a alguma distância, com as mãos para o alto”, pontuou.