Médico santa-cruzense é candidato a prefeito pelo partido NOVO e tem como vice o advogado Paulo Bigolin, da mesma sigla
A menos de dois meses para as eleições municipais, o Grupo Arauto inicia uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Santa Cruz do Sul. Os sete nomes que estão na disputa do Palacinho, responderam questionamentos no formato ping-pong – pergunta e resposta – sobre temas como saúde, economia, mobilidade urbana, obras públicas, além de compartilhar a trajetória e pontuar por que decidiram se candidatar para governar o município.
As entrevistas serão veiculadas seguindo a ordem de oficialização das candidaturas nas convenções municipais. Portanto, o primeiro candidato a prefeito entrevistado é Carlos Eurico Pereira, que tem como vice o advogado Paulo Roberto Bigolin. Ambos são do Partido NOVO, que não possui coligação.
Quem é?
Carlos Eurico da Luz Pereira tem 48 anos, é casado com a médica Luciane Bernardi Pereira, pai de dois filhos, e reside há mais de duas décadas em Santa Cruz. É médico pneumologista, empreendedor e sócio proprietário do Edifício Klinik e da Clínica Respirare. Carlos Eurico também atua como palestrante sobre inovação, tecnologia e gestão a nível nacional, além de ser judoca e ex-presidente da Federação Gaúcha de Judô por dois mandatos. Ele nunca exerceu cargo público.
Grupo Arauto: Por que decidiu se candidatar para governar Santa Cruz?
Carlos Eurico: "Decidi concorrer a prefeito da nossa Santa Cruz do Sul porque acredito que é possível fazermos uma Santa Cruz ainda melhor. Nossa cidade nos enche de orgulho, nossa gente é trabalhadora e empreendedora, mas vemos que muita coisa que acontece na política local não combina com a nossa cidade. Resolvi sair indignação e partir para a ação pois acredito que a política santa-cruzense merece algo novo. Faço parte de um grupo que coloca Santa Cruz do Sul acima de qualquer disputa e tenho a convicção nas ideias que defendemos, no plano de governo que montamos juntos. Quero poder trazer as lições que aprendi no judô e na medicina para a vida pública para fazer Santa Cruz do Sul crescer ainda mais".
Grupo Arauto: A pandemia mexeu nos mais variados setores. Não foi diferente com o público, que precisou equilibrar a equação saúde e economia. Qual o desafio, a partir de 2021, para voltar a crescer, seja no setor industrial, seja no comércio? Como retomar a empregabilidade?
Carlos Eurico: "Esse ano realmente tem sido muito complicado e ele vai gerar um impacto nos anos seguintes, que devem ser difíceis, o que deve reduzir a arrecadação do município, os postos de trabalho que foram gerados neste período e criar um endividamento maior da máquina pública, que vai ficar para a próxima administração. Primeiro, vamos estabelecer um diálogo com o setor produtivo, com as associações e empreendedores. Vamos simplificar toda a morosidade e a burocracia do setor público, tornando a gestão municipal mais ágil para favorecer os negócios e atender a população. O governo não pode agir de forma reativa, precisa ficar ao lado de quem trabalha e gera emprego. Traremos facilidade para quem quer trabalhar e vamos reduzir a burocracia, as taxas e cobranças do município. Com isso o cidadão consegue empreender e gerar mais empregos. Acredito muito que a geração de empregos está diretamente ligada com a liberdade para empreender. Mesmo saindo de uma pandemia vamos ter uma Santa Cruz ainda melhor".
Grupo Arauto: Santa Cruz do Sul tem frota superior a 90 mil veículos. Além disso, é a cidade polo no Vale do Rio Pardo. Como você vê o modelo ideal de mobilidade urbana?
Carlos Eurico: "O modelo ideal de mobilidade urbana deve garantir o fácil deslocamento dos moradores pelas vias de acesso às regiões centrais e respeitar todos os modais, dando a mesma atenção para ciclistas, pedestres e veículos. Entendemos que isso deve ser concebido através do planejamento urbano das vias, que precisam operar de forma harmônica para que a cidade seja mais compacta, acessível e sustentável, e contemple uma redistribuição de serviços públicos. Para isso, é necessário priorizar a integração e interconectividade de meios de transporte e outras formas eficientes de mobilidade que caracterizam as melhores cidades do mundo em termos de mobilidade. Pretendemos atuar em conjunto com a iniciativa privada para buscar o planejamento de cidade em conjunto com a mobilidade urbana, bem como investimentos em infraestrutura municipal, seja diretamente ou mediante constituição de parceria público-privada".
Grupo Arauto: Saúde é tema latente, sempre. Na sua gestão, qual o foco que esta área terá? O que de mais importante deve ser feito a partir de 2021?
Carlos Eurico: "Saúde, educação e segurança são os principais pilares que toda administração pública deveria priorizar sempre. Comparada com outros municípios, em Santa Cruz do Sul a saúde não é ruim, é acima da média, mas ainda assim o cidadão encontra dificuldades para conseguir acesso a ela. Uma das nossas principais propostas para a saúde é a melhor utilização dos recursos municipais empregados nessa área, descentralizando e aumentando a presença de médicos nos postos de saúde. O que nós queremos é que a pessoa não precise voltar várias vezes à unidade de saúde ou no pronto socorro para ter seu problema resolvido. Isso passa pela capacitação constante de funcionários públicos e, em especial, por integrar em um sistema tecnológico todos os postos de saúde, hospitais que atendem pelo SUS e a Secretaria de Saúde. Com isso, o cidadão pode ter todas as suas informações em um único cadastro, garantindo que não haverá gastos desnecessários repetindo exames e diagnósticos já realizados"
Grupo Arauto: Uma das grandes demandas da população são obras públicas. Seja por melhorias em vias, parques, praças e prédios que prestam serviços públicos. Dentro dessa área, qual será a sua prioridade?
Carlos Eurico: "A prioridade não deveria ser fazer obra pública, mas sim oferecer saúde, segurança e educação. Muitas dessas obras que não possuem esses fins foram realizadas nos últimos anos, o que gerou um endividamento significativo da prefeitura a ser pago nos próximos anos. Se houver obras a serem feitas, o ideal é que ocorram parcerias público-privadas para que a sociedade civil e as empresas assumam a administração e o controle de praças, parques e outras estruturas não-essenciais. Assim, esses espaços podem atender a população corretamente enquanto são adequadamente mantidos, sem a necessidade de investimento público em manutenção. A ideia é que não tenhamos obras públicas sem que elas sejam extremamente necessárias ou impossíveis de realizar através de parcerias público-privadas, pois temos diversos imóveis do município que são subutilizados e já pagamos muitas locações de prédios. Depois que as áreas essenciais estiverem adequadamente atendidas poderemos nos preocupar em talvez fazer obras".
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