Economia

Exportações do agronegócio gaúcho atingem US$ 3,6 bilhões no segundo trimestre

Publicado em: 22 de agosto de 2024 às 09:48
  • Fonte
    Governo RS
  • Foto: SindiTabaco/Divulgação
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    Entre os cinco principais segmentos, apenas o setor de fumo registrou alta nas vendas entre janeiro e junho em relação ao mesmo período do ano anterior

    As exportações do agronegócio gaúcho atingiram US$ 3,6 bilhões no segundo trimestre de 2024, valor 4,3% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. O trimestre abrange os meses em que o Estado foi afetado pelos fenômenos climáticos severos que prejudicaram a logística para as vendas externas. O período coincidiu, ainda, com a continuidade na tendência de baixa nos preços das principais commodities agropecuárias, entre elas a soja, com redução de 15% nos preços médios de exportação. Em termos absolutos, a queda no valor exportado entre abril e junho foi de US$ 158,5 milhões.

    Entre os cinco principais segmentos do agronegócio, as vendas do complexo soja (total de US$ 1,47 bilhão; +5,3%) lideraram o ranking, seguido das carnes (US$ 566,76 milhões; -14,9%), fumo e seus produtos (US$ 517,85 milhões; +9,9%), produtos florestais (US$ 378,43 milhões; +13,3%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 184,69 milhões; -40,2%). O agronegócio foi responsável por 72,8% das exportações totais do Rio Grande do Sul no trimestre.

    No acumulado do ano, as vendas externas do segmento somaram US$ 6,5 bilhões, queda de 12,8% na comparação com o primeiro semestre de 2023, uma redução de US$ 952,2 milhões. Os dados das vendas no segundo trimestre e acumulado de 2024 estão no boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nesta quinta-feira (22). A publicação do Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), foi elaborada pelo pesquisador Sérgio Leusin Júnior e inclui também dados sobre o emprego formal no agronegócio.

    Segundo trimestre 2024

    O avanço nas exportações do complexo soja é explicado pelo aumento nas vendas da soja em grão (total de US$ 1 bilhão; +30,9%), principal produto do setor, que compensou as quedas no farelo de soja (total de US$ 374,70 milhões; -22,8%) e do óleo de soja (US$ 96,88 milhões; -35,0%). “Apesar dos desafios causados pelas enchentes, as estimativas atuais da produção de soja indicam um aumento substancial em relação ao registrado no ciclo passado“, ressaltou o pesquisador Sérgio Leusin Júnior.

    Outros setores que avançaram em vendas no trimestre foram o de fumos e seus produtos, com o aumento no comércio do fumo não manufaturado (total de US$ 474,21 milhões; +13,6%), e o de produtos florestais, com destaque para a celulose (total de US$ 287,71 milhões; +32,4%).

    Nas carnes, o material do DEE/SPGG indica uma queda geral nos embarques, mais intensa nas vendas da carne de frango (total de US$ 327,02 milhões; -11,9%), da carne suína (total de US$ 145,70 milhões; -12,9%) e da carne bovina (total de US$ 62,65 milhões; -24,3%).

    Nos cereais, farinhas e preparações, como já era esperado após um período atípico em 2023, a queda no milho foi de aproximadamente 100% em relação ao segundo trimestre de 2023, com vendas de apenas US$ 3,09 mil dólares. O arroz (total de US$ 113,32 milhões; – 28,9%) e o trigo (total de US$ 50,87 milhões; -33,7%) também colaboraram para a redução de todo o segmento.

    Em relação aos destinos das exportações, a China permanece na liderança, responsável pela compra de 34,1% do total das exportações gaúchas do agronegócio, seguida da União Europeia (12,7%), Estados Unidos (6,2%), Coreia do Sul (3,4%) e Irã (3,1%).

    Primeiro semestre

    Entre os cinco principais segmentos do agronegócio, apenas o setor de fumo e seus produtos registrou alta nas vendas entre janeiro e junho de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, com um valor total de US$ 1,1 bilhão (+6,6%). As exportações do complexo soja (total de US$ 1,94 bilhão; -11,7%), carnes (total de US$ 1,08 bilhão; -17,7%), produtos florestais (US$ 718,53 milhões; -5,5%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 679,21 milhões; -33,6%) puxaram a queda nos números totais do semestre.

    Entre os principais compradores dos produtos gaúchos, o ranking do semestre finalizou com a China na liderança (24,8% do total), com a União Europeia (13,8%), Estados Unidos (6,0%), Vietnã (4,8%), Coreia do Sul (3,8%) e Emirados Árabes Unidos (3,3%) na sequência.

    Emprego formal

    O número de desligamentos (65.989) superou o número de admissões (47.685) no segundo trimestre de 2024, período de tradicional redução no número de postos de trabalho com carteira assinada no campo por conta da sazonalidade, o que resultou em um saldo negativo de 18.304 postos no agronegócio do Rio Grande do Sul. Em 2023, o saldo negativo havia sido de 8.442 empregos.

    O saldo no segundo trimestre de 2024 foi mais negativo por conta dos números nos setores de fabricação de produtos do fumo, de lavouras permanentes e de lavouras temporárias“, explicou Leusin.

    Entre os três segmentos que compõem o agronegócio (“antes”, “dentro” e “depois” da porteira), o “antes da porteira”, que inclui, entre outros, o fornecimento de insumos e máquinas e equipamentos para a agropecuária, registrou a menor perda de postos (-536). O segmento “depois da porteira”, composto por atividades agroindustriais, liderou a redução no número de postos (-9.114). O segmento “dentro da porteira”, formado pelas atividades agropecuárias, registrou queda de 8.654 postos de trabalho com carteira assinada.

    Em junho de 2024, o Rio Grande do Sul contava com 389.335 vínculos ativos de emprego com carteira assinada no agronegócio. O setor de abate e fabricação de produtos de carne, principal empregador do segmento no Rio Grande do Sul, terminou o semestre com 66.948 vínculos ativos de emprego com carteira assinada contra 68.129 no mesmo período de 2023.

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