Semana que vem teremos a Feira da Produção, porque é preciso mostrar otimismo, e o Rio Grande, apesar das dificuldades, não vai se abater
ÁGUAS de maio, a grande enchente que inundou a Província de São Pedro, superando as marcas de 1941, agora quase recolhidas à sua normalidade, ainda causam impacto à medida que chegam imagens e fatos pela mídia e redes sociais. Lembra-se, que no último dia 12, fez um ano que a “Villa” teve um amanhecer sacudido por um “granizaço” sem precedentes, porque um ciclone nos incluiu em sua rota de devastação. Em apenas 15 minutos, uma precipitação impiedosa de “pedras” de gelo de tamanho anormal, seguido de chuvas ininterruptas e volumosas por mais de 24 horas, deixou mais de 3 mil famílias ao desabrigo. O distúrbio climático exigiu uma mobilização sem precedentes da Defesa Civil, Prefeitura Municipal, Bombeiros, Segurança Pública, comércio e prestadores de serviço da construção civil para cobertura das casas e acolhimento solidário das famílias em desabrigo. O estrago estava feito, mas era imperioso resguardar a segurança pessoal. A calamidade já começava por aqui.
MEMÓRIAS à parte, e como vai a reconstrução do Rio Grande, depois de enfrentar três implacáveis enchentes em menos de nove meses? Vai bem, obrigado. Mesmo não contando com a montanha de dinheiro prometido pelos palácios e mansões do poder e que ainda está sendo aguardada, todas as áreas atingidas estão superando as dificuldades, de forma emergencial, com soluções próprias. A mídia agora parece dar mais destaque às reclamações da população, sem entender que a reconstrução não é possível na mesma velocidade da devastação acontecida em tão poucos dias. As estradas e pontes, por exemplo, estão recebendo a atenção em todos níveis administrativos, porque é básico para favorecer a logística, manter o abastecimento das cidades e o trânsito de veículos de socorro. Algumas prefeituras estão priorizando o desassoreamento dos arroios nos seus territórios, uma medida acertada para atenuar os efeitos de possíveis cheias no futuro. Não é só questão da falta de recursos, mas também de planejamento adequado para não cometer os mesmos erros do passado.
DE fato, ao propor a urgência das múltiplas demandas, aumenta a probabilidade de se incorrer em falhas de gestão. Longe de ser especialista, mas já parece consenso, uma imperativa dragagem dos rios e também da Lagoa dos Patos. Cidades atingidas devem rever seus limites de expansão urbana, não apenas identificando áreas alagadiças, mas também a contenção de encostas. Melhorar a proteção natural de rios e arroios com aumento da mata ciliar. Muitas ações precisam ser adotadas de forma regional, pois não resolve apenas um município fazer a sua parte se não houver adesão da vizinhança. A população também precisa ser reeducada, pois o clima continuará mudando nos próximos anos e episódios climáticos extremos serão cada vez mais frequentes. As previsões e alertas dos serviços de meteorologia estão cada vez mais aprimorados e precisos e os avisos da Defesa Civil devem ser levados a sério.
ENQUANTO isso, aqui na “Villa” vamos fazendo a nossa parte. Semana que vem, de 24 a 28 de julho teremos a Feira da Produção, tal como outros eventos que estão acontecendo em todo Estado, porque é preciso mostrar otimismo, e o Rio Grande, apesar das dificuldades bem conhecidas, não vai se abater, não vai parar. Os preparativos no parque estão a todo vapor. Em virtude da enchente de maio, a promoção que inicialmente estava programada para início de junho, durante a Semana do Município, teve que ser adiada. Uma medida acertada, diga-se. Não é um evento de apenas uma entidade, mas uma associação de organizações apoiadoras e um esforço de muitas mãos voluntárias se entregando a um trabalho diuturno nas últimas semanas para que tudo esteja ao alcance e da expectativa do público. Pode ser adiantado que tem aumento do número de produtores, expositores e das atrações que irão animar os visitantes. Reconstruir? Vamos com tudo, Rio Grande!
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