Pantano Grande

Falta de fiscalização é um dos problemas apontados por prefeito em relação à falta de energia

Publicado em: 15 de janeiro de 2025 às 15:33
  • Por
    Kássia Machado
  • Colaboração
    Leandro Porto e Nícolas da Silva
  • Foto: Nícolas da Silva/Grupo Arauto
    compartilhe essa matéria

    Chefe do Executivo em exercício, Juninho Pires, também apontou a falta de qualidade como obstáculo

    A falta de fiscalização no serviço de fornecimento de energia elétrica tem gerado debate em diversos municípios, e em Pantano Grande não é diferente. No início de 2024, por exemplo, moradores relataram a falta de energia por 20 dias consecutivos. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News, o prefeito em exercício de Pantano Grande, Juninho Pires, falou sobre o problema.

    Conforme Pires, a situação se agravou devido à falta de qualidade. Segundo ele, na maioria das vezes, o profissional que presta serviço para a concessionária não tem o conhecimento necessário sobre o município para poder resolver os problemas de falta de energia. Outro ponto apontado é a remuneração, que acaba desmotivando os funcionários.

    “Eles estão trazendo gente de todo lugar. Não é porque que vem de todo lugar, é porque não tem qualidade. O salário, eu digo, é o seguinte: o funcionário que trabalha bem, que faz o seu serviço, precisa ser valorizado. Então, não tem como pegar um eletricista, pagar R$ 1.800, e querer que ele vá resolver o mundo”, salientou.

    Leia também

    Segundo o prefeito em exercício, o funcionário, que recebe nessa faixa de remuneração, é um colaborador que não está adequado para trabalhar em uma rede de alta tensão. “Por R$ 1.800, caindo raio, chuva, temporal, vocês acham que ele vai? Não. Uma, porque ele já não está nem aí, porque o salário dele já não está legal. E outra, porque ele não tem qualificação. Então, é isso que está acontecendo, nós estamos tendo um grande problema”, frisou.

    Outro fator apontado por ele é a falta de conhecimento sobre os bairros e ruas do município por parte dos funcionários da concessionária. “A pessoa vem trabalhar, fica três meses, não conhece, porque esse tipo de serviço é você quem vai conhecer. Imagina uma cidade do interior, onde você tem uma localidade lá no final de tal lugar, que você tem que passar por dez porteiras. Se você não conhece a região, como é que vai chegar lá?”, questionou.

    Em relação à discussão sobre a privatização da energia, ele cita que, em sua análise, existem mais desvantagens do que benefícios. Conforme ele, a empresa privada visa apenas o lucro, além de contar com o regulamento. “Até a Aneel chegar aqui [Pantano Grande], demora. Ela pega o regulamento, coloca debaixo do braço e segue. Se o regulamento diz que ela pode ficar três, quatro dias sem resolver, e, com esses dias, ela paga uma multa, por exemplo, de R$ 500, ela já pagou a multa. Se ficar 15 dias, não muda mais nada. Ela já atingiu a multa dela. Então, é muito mais vantajoso não pagar hora extra para o funcionário.”

    Ainda conforme Pires, as concessionárias de energia precisarão revisar muitos aspectos para poderem se organizar quanto ao fornecimento de luz para os municípios.