A coleção, intitulada "Travessia e Tradição - 200 Anos de Imigração Alemã", foi apresentada à comunidade neste domingo
O espírito destemido dos imigrantes alemães que há 200 anos encararam o mar em uma jornada incerta em busca de um novo lar está estampado nos trajes do trio de soberanas da 39ª Oktoberfest formado pela rainha Tatiane Caroline Voese D’Avila, e pelas princesas Karoline Ribeiro Klaus e Nathalia Konzen da Silva. Os vestidos, oficiais e de passeio, foram apresentados para a comunidade em evento realizado neste domingo (11), na Praça da Bandeira, e trazem consigo em cada detalhe, desde as cores até os tecidos, uma viagem no tempo que retrata a coragem, a esperança e a resiliência dos antepassados.
Todos os trajes da coleção, intitulada “Travessia e Tradição – 200 Anos de Imigração Alemã“, foram desenhados e produzidos pelo Atelier Joana Tornquist. O objetivo é fazer uma homenagem ao Bicentenário da chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Brasil, que é justamente o tema da maior festa germânica do Rio Grande do Sul em 2024, que ocorre da 10 a 13, 17 a 20 e 24 a 27 de outubro. A partir de agora, com a apresentação feita, as soberanas vão intensificar o trabalho de divulgação da Festa da Alegria pelo Estado.
Responsável pelas peças, a estilista Joana Tornquist conta que os trajes não são apenas uma vestimenta, mas sim uma imersão na história, uma conexão emocional com a herança cultural alemã que moldou Santa Cruz do Sul e tantas outras regiões do país. “Com esses trajes, as soberanas da Oktoberfest não apenas embelezam a festa, mas também se tornam portadoras de uma rica narrativa. É a tradição que ganha novas formas, sem perder suas raízes, e a história dos imigrantes continua a ser contada e celebrada, geração após geração”, frisa.
Cores e tecidos, uma homenagem à jornada
As cores escolhidas para os trajes são mais do que tonalidades e buscam ser símbolos de uma travessia histórica. O azul profundo predomina, representando o Oceano Atlântico que os imigrantes cruzaram em busca de uma nova vida. “É uma cor que evoca tanto a vastidão e o mistério do mar quanto a serenidade e a força daqueles que se aventuraram por ele. O bordô aparece nos detalhes, remetendo à terra fértil que os acolheu e ao sangue novo que impulsionou o desenvolvimento da região”, explica Joana. Já o dourado, presente nas correntes e botões dos trajes, ainda segundo a estilista, simboliza a riqueza das tradições alemãs que permaneceram intactas, brilhando através dos séculos.
Clássicos e contemporâneos
Os tecidos também foram escolhidos para refletir essa história. Nos trajes de passeio, o tecido jacquard brocado floral traz a sofisticação da cultura alemã, enquanto o avental jeans lembra a simplicidade e o trabalho árduo dos primeiros colonizadores. Nos trajes oficiais, o brocado azul combinado com veludo transmite a nobreza das celebrações, com arabescos de veludo bordô e bordados de cristais Swarovski, simbolizando a fusão das tradições europeias com a nova cultura formada em solo brasileiro. “As silhuetas mesclam o clássico e o contemporâneo, respeitando as tradições, mas com um corte que valoriza a figura feminina moderna”, completou a estilista.
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