O Rio Grande do Sul é o maior produtor de vinhos do Brasil respondendo por 85% da demanda nacional
ESSE filme já passou em algum tempo: segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), uma espécie de “ONU do Vinho” com sede em Paris, a produção mundial de vinho pode fechar 2024 com o seu nível mais baixo desde 1961. Tudo por culpa e decorrência de adversidades climáticas em várias regiões do Planeta e mudanças no perfil dos consumidores. A projeção aponta uma diminuição de 2% em relação ao ano anterior, que tinha finalizado em queda. Lembrando, há pouco mais de um ano, a França, um dos maiores produtores mundiais, teve que descartar seus estoques excedentes para apoiar as vinícolas e produtores associados, eis que houve um descompasso entre o aumento da produção e uma queda no consumo.
O governo gaulês destinou cifras milionárias às vinícolas para indenização do vinho a ser descartado, apoiar os vitivinicultores e manter o status de marcas famosas. Não foi bem o que aconteceu. Ganharam o dinheiro, mas não fizeram o descarte e nem destinaram às indústrias de desinfetante para transformação em álcool, produtos de higiene e limpeza, conforme era o plano. Como se vê, na terra do sempre midiático presidente Emmanuel Macron também tem desses subterfúgios. Aliás, essa trapaça foi comentada pelas ONGs e entidades humanitárias que se dedicam a ajudar povos famélicos, porque as vinícolas sempre tiveram nível e lucros altos, e, portanto, deveriam ter fôlego suficiente para autossubsistência em tempos em baixa. Atualmente são pelo menos 29 países que respondem por 85% da produção e abastecimento mundial do mercado de vinhos.
Itália, França, Espanha e Estados Unidos, nesta ordem são os maiores produtores mundiais. Entretanto, o mercado vinícola sentiu a entrada de novos produtores, entre eles, a Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, os países balcânicos e também a China. Isso impactou a oferta mundial de vinhos. Na América do Sul, Chile, Argentina e Brasil tentam manter seus mercados ativos. Enquanto procuram saídas para a conjuntura global, fiquemos aqui nas nossas fronteiras gaúchas.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor de vinhos do Brasil respondendo por 85% da demanda nacional. A maior concentração de vinícolas e cantinas está na Serra Gaúcha, mas a expansão há bom tempo vai encontrando espaços também na região da pampa. Muitas estâncias estão adotando os parreirais e olivais como alternativa para aproveitamento dos campos, e com bons resultados, diga-se. Com efeito, nossos vinhos e o azeite de oliva estão rivalizando com as tradicionais marcas e rótulos importados. O que interessa é sempre ver o lado positivo: é não “deixar a pampa pobre que herdei do meu pai”, como manda o recado da música dos Engenheiros do Hawaii. Que ninguém se preocupe, o vinho e espumante nosso de cada dia está garantido. E a propósito, nossa Vinícola Thomasi está de portas abertas para receber os apreciadores de bons vinhos. Salute.
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