Laureno, de 64 anos, e Héctor, de um e meio, sobem juntos em cima do cavalo para cultivar a paixão pelo Rio Grande
Ser gaúcho está no sangue. É um fogo vivo, tão ardente quanto a Chama Crioula. O amor pelos costumes, cultura e história do Rio Grande do Sul é algo que, como o bom farrapo, se recusa a morrer. E é este ideal que Laureno Luedtke, de 64 anos, segue. Acompanhado do neto Héctor, de um ano e seis meses, o avô transmite com orgulho a honra em vestir a bombacha, o lenço e o chapéu por todas as querências de Vale do Sol.
Geracional
Conforme conta Loreno, a paixão pelo Rio Grande é transmitida entre a família há mais de um século. “Eu aprendi com meu pai, que aprendeu com o pai dele e assim por diante. Para se ter ideia, comecei a andar a cavalo quando tinha apenas quatro anos de idade”, relembra.
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Ele destaca a necessidade de manter viva a cultura gaúcha na juventude atual, para o verdadeiro significado de “gaúcho” não desaparecer com o tempo. “Cada vez menos as pessoas têm orgulho de ser do Rio Grande do Sul. Mas temos que espalhar isso, assim como faço com meu neto, ele vai fazer com o filho dele”.
Garra gaúcha
Em meados de 2020, Laureno foi diagnosticado com um tumor maligno. Chegou a pesar menos de 60 quilos, mas resistiu e, já recuperado, tem todo vigor físico e mental necessário para cavalgar junto ao neto pelo Vale. Conforme explica a filha de Laureno e mãe de Héctor, Andressa, a gravidez veio em meio ao tratamento e recuperação de seu pai. “Ele resistiu e agora está bem. Curioso é que, apesar de todo mundo dizer que o meu filho seria uma menina, inclusive eu mesma, ele sempre afirmou e bateu o pé que seria um guri, pois era assim que ele queria. Dito e feito, nasceu o Héctor”, recorda.
Apesar da mãe e da avó Nelci não serem tão aficcionadas à cultura gaúcha como avô e neto, ambas incentivam e admiram a conexão dos dois. “É algo lindo de se ver. Moramos perto, mas às vezes ele fica dias sem ver o avô e chora, fica triste de saudade. Quando o revê, no entanto, é pura alegria”, salienta Andressa. “São melhores amigos, um não vive sem o outro”.
Gauchinho
Se Héctor pudesse ter nascido de bombacha e chapéu, assim teria feito. O pequeno foi até mesmo batizado vestido de gaúcho, algo inédito para o padre local. “Ele só não entrou de chapéu porque não é apropriado para a igreja”, conta a mãe.
Hoje em dia, com várias bombachas, o pequeno Héctor vai à creche todos os dias vestido de gaúcho. Não por menos, ficou conhecido como “gauchinho”. “Aqui no Vale ele já é conhecido assim, como o Gauchinho de Formosa”, conta Andressa.
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