Política

Clima volta a esquentar na Câmara após episódios envolvendo votação do aditivo da Corsan: “Tem que parar de fazer circo”

Publicado em: 29 de agosto de 2023 às 09:07 Atualizado em: 08 de março de 2024 às 12:24
  • Por
    Eduardo Elias Wachholtz
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Fotos: Jacson Miguel Stülp/Assessoria de Imprensa
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    Discussão tem colocado Bruna Molz e Nicole Weber em rota de colisão

    Um clima de tensão tomou conta da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul nos últimos dias, em meio a debates acalorados sobre o aditivo do contrato da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). A votação, que envolve valores expressivos e tem impacto direto na vida dos cidadãos, gerou uma série de discordâncias entre os membros do Legislativo, especialmente entre as vereadoras Bruna Molz (Republicanos) e Nicole Weber (PTB). Nessa segunda-feira (28), o texto foi aprovado com dez votos a favor e seis contra.

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    A polêmica teve início quando Bruna Molz recebeu, das mãos da prefeita Helena Hermany (Progressistas), o texto. A parlamentar afirma que a audiência pública da quinta-feira da semana passada foi sugestão dela, com objetivo de aprofundar o debate sobre o assunto. Um dia depois, na sexta, Nicole Weber impetrou um mandado de segurança, buscando suspender a votação do projeto. Ela alegou pouca transparência no processo e falta de tempo hábil para que os vereadores pudessem analisar adequadamente.

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    Na sessão desta semana, a presidente do Legislativo, Bruna Molz, defendeu sua posição. “Teve decisões históricas dessa casa e do município que foram feitas em 48 horas. Na verdade, o nosso regimento interno não diz nem 48 horas. Poderia ter chamado um dia para o outro, como já aconteceu muitas vezes. Então, vereadores e vereadoras tiveram tempo para ler essas páginas. A gente consegue ler, interpretar, conversar com procurador e ir atrás de especialistas. Foi feita a audiência pública”, colocou.

    Bruna Molz ainda fez criticas diretas para colega do Legislativo. “Então, vereadora Nicole, eu peço mais respeito a esse poder. Você colocou a população contra essa Casa sem fundamento nenhum. Fui eu que solicitei uma audiência pública, não foi a senhora. Ninguém, no momento que eu falei, subiu aqui a mão e pediu para ser outra data ou outro horário. Tem que parar de fazer circo com coisas que não precisam ser feitas. Essa Casa é um poder. Nós estamos aqui para trabalhar”, falou.

    Por sua vez, Nicole Weber explicou sua decisão de impetrar o mandado de segurança, afirmando que a discussão sobre o projeto não estava sendo transparente. “O promotor disse ser praticamente impossível estudarmos meio bilhão de reais, os contratos e o aditivo de 40 anos da audiência pública até hoje. Inclusive, o mesmo falou que não restava claro no que estes R$ 555 milhões seriam aplicados, reforçando o que vários vereadores aqui já falaram, e no que seriam aplicados também pela prefeitura esses R$ 20 milhões”, disse.

    A liderança do PTB também questionou a falta de participação popular e o cronograma “apertado” para que os vereadores pudessem analisar todos os documentos relacionados ao projeto. “Presidente Bruna, gostaria de deixar claro que nenhum momento fora feita contra Bruna, pessoa física, isso. Foi contra a Câmara de Vereadores. Legalmente hoje, tu representas a Câmara, como poderia ser qualquer um de nós, inclusive, eu. Apenas ajuizei a Câmara, onde a senhora é representante legal, cargo esse que ocupa por consenso, inclusive com o meu voto. Isso não é sobre ti e nem seria porque é sobre a vida real das pessoas”, pontuou.