Santa-cruzense trabalha há mais de uma década no futebol como analista de desempenho e auxiliar técnica
Michele Kanitz é uma santa-cruzense no mundo do futebol. Embora tenha nascido em Muçum, distante cerca de 100 quilômetros de Santa Cruz, Michele adotou a Terra da Oktoberfest como sua cidade logo aos cinco anos de idade, junto da família. Hoje com 32 anos, é graduada em Educação Física pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e tem especialização em futebol pela Universidade Federal de Viçosa, de Minas Gerais.
Kanitz sempre foi apaixonada por esportes, mas principalmente pelo futebol. Quando criança, acompanhava os pais jogando e também o irmão Vinícius Kanitz, que atualmente é analista de desempenho do Esporte Clube Avenida, em Santa Cruz.
A história de Michele Kanitz é a terceira de uma série de reportagens que o Portal Arauto vai contar, alusivas ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (8).
"Eu sempre quis trabalhar com esportes desde o início, só não tinha definido em qual área em específico. Foi então que comecei a fazer vários cursos, até conhecer mais essa área da análise de desempenho e ir me especializando mais ", conta Michele.
Além de desempenhar, atualmente, a função de analista de desempenho da Seleção Boliviana de Futebol Feminino, Michele também é instrutora da Conmebol e tem licença A da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
No futebol feminino, a santa-cruzense já trabalhou nas seleções de Equador e Bolívia. Por clubes, no Corinthians, onde conquistou uma Copa Libertadores, e na Ferroviária-SP – nesse último, teve a única experiência como treinadora. Nos demais, sempre como analista de desempenho e auxiliar técnica.
"Além do futebol feminino, trabalhei grande parte da minha carreira no futebol masculino", conta. Michele integrava a comissão técnica do Ipatinga quando o clube conquistou o acesso a primeira divisão do Campeonato Mineiro, em 2022. Também trabalhou no Inter de Limeira-SP e no Metropolitano-SC, auxiliando o treinador Dyego Coelho; e também no Guarani de Campinas, com o técnico Osmar Loss.
LEIA MAIS: Marieli Elena Müller: Rainha de Vale do Sol é soberana na passarela e no campo
Por se tratar de um ambiente predominantemente masculino, Michele conta que já enfrentou episódios de preconceito no futebol. Após mais de uma década, ela considera que as dificuldades lhe deram forças para seguir o seu caminho no esporte. "Eu sou movida a desafios, e essas situações desconfortáveis que enfrentei sempre me deram muito força para seguir adiante. Lembro de alguns casos que pensava até em desistir, chegava em casa e desabafava com a família. Mas o meu sonho de trabalhar com futebol, e principalmente no futebol masculino, fez com que todas essas dificuldades me fortalecesse", lembra.
Durante o curso para tirar a licença A da CBF, Michele viu que tinha dado um grande passo ao ser reconhecida pelos profissionais da área. "Em uma das aulas, acostumada a ser sempre a única mulher da turma, acabaram levantando um assunto e pediram para eu contar um pouco sobre a minha carreira. Foi ali que percebi que eu tinha dado um importante degrau, comecei a ser reconhecida pelas pessoas mais pelo meu trabalho mesmo e não apenas por ser mulher", salienta.
O início em cada clube sempre era um período de provação. "Por ser mulher, eu sempre era mais visada no início do trabalho e não podia cometer erros. Precisava estar na frente dos demais. Com o tempo, as pessoas passam a te reconhecer pelo trabalho, enxergam o progresso e aí a confiança vem junto. Com o tempo, eu fui conquistando o respeito que eu sempre mereci", destaca Kanitz.
A analista comemora o crescimento do futebol feminino no Brasil, mas alerta para o pouco espaço que existe dentro do futebol masculino. "No Brasil, pelo menos, não conheço outra mulher que trabalhe diretamente no campo como eu faço. Vejo maior presença delas nas áreas da psicologia esportiva e nutrição, mas dentro do campo mesmo, conversando com os atletas e dando instruções, confesso que não conheço", explica.
Sua maior conquista, até o momento, ela considera ser o respeito adquirido pelos profissionais. "Estou construindo minha história e subindo um degrau de cada vez para mostrar meu potencial e a minha capacidade. Por estar inserida em um contexto masculino, quero quebrar esse tipo de barreira, ser mais reconhecida e crescer dentro do futebol", finaliza Michele.
Notícias relacionadas
![Prefeitura de Santa Cruz estuda criação de um centro para acolhimento à população de rua](https://cdn-images-site-arauto.portalarauto.com.br/2025/02/65e8b4d87507b.jpeg)
Prefeitura de Santa Cruz estuda criação de um centro para acolhimento à população de rua
Secretária de Desenvolvimento Social revelou preocupação quanto à estrutura e o serviço no Albergue Municipal
![Rádio Revista – Paulo de Souza, Músico](https://portalarauto.com.br/wp-content/themes/portalarauto/images/placeholder-arauto.png)
Rádio Revista – Paulo de Souza, Músico
Paulo de Souza foi o músico convidado dessa edição da sexta feira musical do programa Rádio Revista.
![Rádio Revista – Associação Luz Azul](https://cdn-images-site-arauto.portalarauto.com.br/2025/02/Associacao-Luz-Azul-1200x900.jpeg)
Rádio Revista – Associação Luz Azul
O programa Rádio Revista dessa edição recebeu os membros da Associação Luz Azul, Eder Marcos da Silva Lemos, presidente da associação, Rejane Gorreis, assistente social, Adriele Vargas, assessora jurídica e Neca Magalhães Braz, uma das fundadoras da associação. O assunto…
![Moradores do Bairro São João terão reunião com a Corsan para discutir serviços](https://cdn-images-site-arauto.portalarauto.com.br/2025/02/65eb43f60f109.jpg)
Moradores do Bairro São João terão reunião com a Corsan para discutir serviços
A iniciativa faz parte do programa Afluentes, desenvolvido pela Aegea