Profissional explica risco que a automedicação ocasiona e como farmacêuticos podem auxiliar pacientes
O uso correto de medicamentos prescritos pelo médico é essencial e deve ser seguido rigorosamente, caso contrário pode trazer riscos à saúde. Para falar sobre o uso adequado e como os farmacêuticos podem auxiliar, o Arauto Saúde desta semana entrevistou a farmacêutica Maíra Bernardt Bonini. Inicialmente, a profissional explicou a função do farmacêutico. “Hoje, com a formação generalista, o farmacêutico pode exercer diversas atividades, em algumas áreas, como análises clínicas, farmácia comercial e manipulação, farmácia hospitalar e oncologia, indústria farmacêutica e de alimentos e mais recentemente pode atuar na área de estética”, exemplifica. “O Conselho Federal de Farmácia cita em torno de 70 subáreas em que o profissional pode atuar”, completa.
Mas como ele pode auxiliar o paciente? Na farmácia comercial, principalmente, o farmacêutico pode fazer a orientação do paciente quanto ao uso correto da medicação. “Ele pode fazer a conciliação medicamentosa, revisão da farmacoterapia, que é o tratamento que esse paciente vai realizar, pode fazer educação em saúde, onde vai repassar informações para este paciente de como o remédio deve ser armazenado em casa e de como este medicamento deve ser descartado de forma correta”, esclarece. “Pode auxiliar o paciente em procedimentos como verificação de pressão arterial, glicemia e realizar pequenos procedimentos como curativos simples na farmácia e aplicação de injetáveis como vacinas. O farmacêutico precisa de capacitação específica para exercer esta atividade”, sublinha.
É o farmacêutico que fará ainda a interpretação da prescrição médica na farmácia. “Hoje, com a prescrição feita de forma digitalizada facilitou muito o trabalho, porque assim evita erros erros na interpretação da prescrição. E tendo a prescrição em mãos, o profissional vai avaliar toda a farmacoterapia, desde a verificação da dose, a frequência de uso deste medicamento, quais os horários que o paciente deve tomar e a quantia total necessária para o tratamento”, enfatiza.
Maíra alerta ainda para a automedicação, que é um ato bem comum entre a população e traz riscos à saúde. “A automedicação pode desenvolver alergias, dependência de algumas medicações, mascarar sintomas que o paciente vem tendo e que são importantes para um diagnóstico futuro e, ainda, trazer problemas gastrointestinais e hepáticos”, aponta. A profissional reforça que o farmacêutico pode indicar alguns medicamentos, aqueles chamados de medicamentos sem tarja, isentos de prescrição médica. Ou seja, os remédios mais comuns para resfriados, dor de dente, asia, má digestão.
Como é o trabalho na farmácia oncológica?
O farmacêutico na Oncologia realiza a validação da prescrição analisando características do medicamento, as condições clínicas do paciente e o protocolo de tratamento estabelecido. Entre outras variáveis, são avaliadas as interações medicamentosas, o diluente mais adequado e uma possível necessidade de alteração da dose por ocorrência de reações adversas em ciclos anteriores. O cálculo de dose é conferido pelo farmacêutico, que também manipula o medicamento de forma individualizada para cada paciente. Também é realizada a orientação aos pacientes que utilizam medicamentos orais em casa.
Para atuar nessa área o farmacêutico deve atender alguns requisitos como possuir título de especialista emitido pela Socierdade Brasileira de farmacêutico oncológico, curso de pós graduação em Farmácia Oncologoa, reconhecido pelo Ministério da Educação ou residência na áre de oncologia.