Conta-se que havia dois homens: um tomado pela ganância, o outro consumido pela inveja. Um dia, o rei, conhecido por sua generosidade, quis ajudá-los.
E disse:
— Um de vocês pode me pedir qualquer coisa, e eu concederei. Mas atenção: ao que pedir, darei exatamente o dobro ao outro.
No início, os dois se encheram de entusiasmo. Mas logo veio o dilema…
O invejoso hesitou. Ele não suportava a ideia de ver o outro receber mais do que ele.
O ganancioso travou. Ele queria tudo, mas não dividiria nada.
E assim, ficaram paralisados. Não por falta de oportunidades, mas porque suas próprias sombras os impediam de agir.
Após muito discutir, decidiram na sorte quem faria o pedido. O ganancioso perdeu. O invejoso, então, sorriu. Mas não foi um sorriso de felicidade, e sim de um veneno silencioso.
Ele olhou para o rei e disse:
— Quero que fures um dos meus olhos.
O rei se entristeceu. Mas cumpriu a promessa.
E assim se cumpriu também a lógica cruel da inveja: ele preferiu viver na penumbra, desde que isso fizesse o outro viver na escuridão absoluta.
Agora eu te pergunto…
Quantas vezes, mesmo sem perceber, nos comportamos como esse invejoso?
Quantas vezes desejamos que alguém tropece, ao invés de simplesmente corrermos atrás da nossa própria vitória?
Quantas vezes gastamos mais energia odiando o sucesso do outro do que construindo o nosso?
A verdade é dura: tem gente que prefere perder, desde que o outro perca mais!