Permanece em investigação com a Polícia Civil a desavença entre patrão e ex-funcionário, que foi registrada há pouco mais de três semanas, em Santa Cruz do Sul. O caso foi revelado com exclusividade pelo Portal Arauto e apresentou duas versões distintas sobre o que ocorreu, nas imediações de um estabelecimento comercial do Bairro Ana Nery.

Advogado do empresário, o criminalista Felipe Haas falou sobre o caso em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News 89,9 FM. Para ele, o relato do ex-funcionário, de que foi recebido a tiros no estabelecimento pelo ex-patrão, não se confirma.

“Não existem imagens de câmeras que mostrem a situação, a arma que esse antigo funcionário diz que foi usada não foi encontrada, e não existem testemunhas que viram isso que ele comentou”, disse o advogado.

Segundo Haas, o ex-empregado estaria nos últimos dias rondando a casa do patrão. “Meu cliente vem sendo ameaçado de morte. Esse é o cenário atual, ainda em investigação, com uma parte ameaçando a outra de morte”, complementou.

Duas versões

Conforme registros de ocorrência, no dia 4 de fevereiro, segundo o empregado, que tem 41 anos e mora do Bairro Pedreira, ele foi até a empresa onde trabalhava apresentar um áudio enviado por seu advogado, a respeito de um problema de saúde adquirido durante o trabalho.

Ele narrou que seu ex-patrão, de 37 anos, reagiu de forma agressiva, afirmando que o ex-funcionário não deveria comparecer no local, ordenando que ele se retirasse. Na sequência, como o homem de 41 anos permaneceu no entorno, o dono da empresa teria puxado um revólver calibre 32 cromado e, sem qualquer advertência, atirado contra a vítima, que fugiu.

Em sua versão, o patrão disse que jamais efetuou qualquer disparo. Afirmou que o ex-funcionário pediu demissão em janeiro, pois teria conseguido um outro emprego. Porém, um dia depois, quando a empresa iniciou os trâmites para sua rescisão contratual com as devidas indenizações, o homem de 41 anos comunicou que não poderia ser demitido devido ao problema de saúde.

Essa situação foi detalhada por Haas na entrevista. “A saída do funcionário da empresa aconteceu exclusivamente pelo pedido de demissão dele, comprovado por áudio. Após isso, ele acabou se arrependendo, verificou uma hérnia de 0,7 milímetros, sendo que empresa custeou um exame que o apontou ele estar apto para o trabalho”, comentou.

Depoimento

A partir dessa situação, o clima ficou mais tenso. “Começaram a ter por parte desse ex-funcionário situações de ameaças de morte e perseguição. Entendemos que nesse caso o patrão não é a parte ativa, e sim a vítima”, salientou o advogado Felipe Haas. A polícia realizou buscas na casa do empresário, e não localizou o revólver calibre 32 apontado como usado nos tiros.

A arma encontrada foi uma pistola, registrada, que, conforme o defensor do homem de 37 anos, foi comprada para sua proteção em virtude das ameaças que ele e a família estariam sofrendo do ex-funcionário. O dono da empresa deve prestar um depoimento à polícia nesta quinta-feira (27). Os nomes dos envolvidos foram mantidos em sigilo.