Túnel Verde

Especialista alerta para os impactos das tipuanas na infraestrutura urbana

Publicado em: 20 de fevereiro de 2025 às 07:00
  • Por
    Kássia Machado
  • Colaboração
    Leandro Porto e Nícolas da Silva
  • Foto: Alexandre Peixoto/ Fiscalização de Trânsito/ Divulgação
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    Desde o início das obras de revitalização do Calçadão da Floriano quatro árvores tombaram, exigindo ações por parte da Prefeitura

    Santa Cruz do Sul enfrenta desafios na manutenção do Túnel Verde devido ao avanço das tipuanas sobre as calçadas. A situação se agravou com as obras de revitalização do Calçadão da Floriano. Desde o início das atividades, em fevereiro, quatro árvores tombaram, exigindo ações por parte da Prefeitura.

    Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, o biólogo e especialista em diversidade de fauna e flora, Jonas Bica, explicou que as tipuanas são adaptadas ao clima subtropical da região. No entanto, seu grande porte e capacidade de retenção de água podem levar ao apodrecimento do tronco, especialmente em árvores adultas.

    O especialista destacou os desafios inerentes à arborização urbana. Árvores como as tipuanas, com crescimento vertical e expansão horizontal, impactam diretamente as estruturas urbanas. “Elas causam conflitos relatados em diversos estudos, incluindo problemas com a fiação, calçadas e redes subterrâneas. Árvores de grande porte apresentam desafios muito maiores do que espécies menores”, esclareceu.

    Em Santa Cruz do Sul, conhecida pela beleza do Túnel Verde, a preocupação aumenta, pois as árvores, com idade estimada entre 70 e 80 anos, estão chegando ao fim de sua vida útil. Bica ressalta a necessidade de um planejamento cuidadoso no paisagismo urbano, considerando espécies adequadas ao espaço disponível e prevenindo futuros conflitos com a infraestrutura.

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    Engrossamento do tronco

    Conforme o biólogo, as árvores tendem a crescer verticalmente primeiro e, depois, expandem sua espessura. O que, ao longo dos anos, pode comprometer a infraestrutura urbana.

     “No contexto urbano, muitas vezes, essas árvores não têm concorrência natural. Elas competem com os prédios pela luz, crescendo para cima. Quando atingem seu limite estrutural ou quando o tronco principal é podado devido à proximidade com fios ou postes, elas redirecionam sua energia para o crescimento secundário, ou seja, o engrossamento do tronco”, explicou.

    Ainda de acordo com ele, as árvores não respeitam canalizações, calçadas ou paredes. “Sua estrutura tem grande força, podendo romper tubulações e outras construções”, alertou.