Viralizar algo, até um tempo atrás, sempre era um grande temor pois a relação do termo nos remetia exclusivamente a doenças; hoje, porém, passou a ser o grande objetivo de muitas pessoas e, para muitos, uma forma de sustento e ou enriquecimento
A vida é uma caixa de presentes que ganhamos e abrimos diariamente. Nem sempre o que encontramos nos serve, é do nosso gosto pessoal e, muitas vezes, agradecemos e colocamos na prateleira do armário para nunca mais usar.
Toda vez que sento para escrever penso no assunto e, acima de tudo, como ele poderá lhe ajudar a fazer a sua vida melhor e, por consequência, das pessoas que estão na sua volta.
Nessa semana fiz um pouco diferente na medida que perguntei à minha família sobre qual assunto escrever. Meu filho deu sugestões, minha esposa e todos que naquele momento estavam à mesa.
Aliás, estar à mesa para refeição e trocar ideias tem sido algo cada vez mais raro num mundo onde telas e programas de tv que “documentam” a vida das pessoas estão cada vez mais tomando conta dos momentos de união e convivência em família.
Sentar-se em frente a uma tela, na atualidade, tem sido talvez onde muitos dos problemas atuais estão sendo criados ou deixando de serem resolvidos. Fico impressionado com a capacidade que o ser humano tem desenvolvido de cuidar da vida alheia e julgar a vida pessoal de todo mundo.
Olhando de fora me parece que “cuidar” e ou apontar a desgraça da vida alheia seja não apenas mais fácil como também uma maneira de fugir dos seus problemas e das suas imperfeições criando um mundo perfeito em si que, lá no fundo, sabe-se que é mentira.
Vejo o mundo atual como uma “selva” que está cheia de “armadilhas” a fim de nos testar e ver se merecemos sobreviver. Na verdade, essas armadilhas nada mais são que nós, seres humanos, tentando ganhar a vida, obter o tal sucesso e o tal reconhecimento.
Viralizar algo, até um tempo atrás, sempre era um grande temor pois a relação do termo nos remetia exclusivamente a doenças; hoje, porém, passou a ser o grande objetivo de muitas pessoas e, para muitos, uma forma de sustento e ou enriquecimento.
Expor a vida pessoal para “avaliação” pública tem sido a maneira que muitos encontram para não apenas sobreviver fisicamente como também emocionalmente. Parece que a aprovação externa tornou-se mais importante que os valores internos pois o que tenho percebido são inúmeras pessoas sem saber na verdade quem efetivamente são.
Parte da humanidade está vivendo como os outros pensam que deva ser, esquecendo de si mesma para do outro lembrar. Tem sido bem triste andar por aí, ver e ouvir as pessoas falando mais sobre a vida dos outros do que sobre a sua. Fica pior ainda quando nas falas sentimos as pedras das frustrações da vida sendo atiradas nos outros como se dessa maneira os problemas fossem resolvidos e pior ainda na ausência das pessoas. Minha esposa sempre diz: “- se quiser falar, fale na minha frente, nos meus olhos”.
Julgar sempre fez parte do mundo, porém na atualidade está interferindo no andamento de tudo, desde a vida pessoal até a esfera público administrativa. Cada dia tem sido uma caixa de surpresas e não sabemos mais como as coisas vão acontecer pois a cada instante uma novo “Cristo” acaba de ser crucificado e impiedosamente as pessoas pedem a sua morte.
O negócio está tão delicado que o silêncio e o silenciar estão se tornando as grandes estratégias para sobreviver. É melhor ficar quieto no seu canto, deixar de interagir e conviver, a ter sua figura pessoal jogada no lixo pelo tribunal das redes sociais.
Que atire a primeira pedra quem nunca julgou; julgar faz parte pois determina nossas escolhas. A questão não está no ato em si, mas sim que ele está extrapolando os limites do bom senso e atrapalhando a evolução do mundo da maneira como vem sendo feito.
Façamos a nossa reflexão e cheguemos as nossas conclusões sobre como estamos, quem somos e como estamos nos comportando nesse mundo. Se alguém vier lhe questionar sobre suas ações use a frase que minha esposa sugeriu de assunto e que gerou essa minha reflexão, ou seja, já lavou a tua louça hoje? Precisamos ajudar as pessoas a entender que cada um cuida da sua vida e era isso. Abraço .
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