Filme nacional que é sucesso de bilheteria e aposta para o Oscar 2025 repercute, sendo uma aula de história
Um sucesso estrondoso no cinema nacional e internacional e que pode render ao Brasil o Oscar. O filme “Ainda estou aqui” é uma adaptação da autobiografia homônima de Marcelo Rubens Paiva, que conta o drama da própria família durante a Ditadura Militar. Seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva, foi capturado dentro de casa e nunca mais retornou. Sua mãe, Eunice, protagonizada por Fernanda Torres, foi levada presa com uma de suas filhas e depois de solta, teve que lidar com o desaparecimento do marido, a criação dos filhos, o sustento, a justiça. O programa Direto ao Ponto, da Arauto News, entrevistou o doutor em Ciências Políticas e professor na Unisc, João Pedro Schmidt, que se une à repercussão dessa obra.
João Pedro assistiu ao filme no fim de semana e destaca: retrata um período duro, uma história triste, “mas de uma forma que saímos emocionados. Puxa vida, essa mulher, a Eunice Paiva, que resistência, que capacidade, e como os filhos conseguiram superar uma história familiar tão complicada”. Afinal, em certo dia, na década de 70, em plena ditadura, militares em sua casa, levaram Rubens Paiva e ele nunca mais voltou.
“O filme vai além da tortura. É de amor, de resistência, de grande capacidade de superação. Porque nos anos 70, na época de ditadura, era um período muito duro. Não temos um número exato de mortos e desaparecidos. Pode ser que fique entre 1 mil e 1,5 mil”, acredita. Só não foi mais dura, talvez, que na Argentina, com 30 mil mortos, e no Chile também, acrescenta o professor.
João Pedro lembra, na vivência em Boa Vista, nos anos 70, que tinham que obedecer as autoridades, mas pouco se repercutia sobre a ditadura. “Na família não se falava sobre isso, sobre o mundo da política. Mas quando entrei na Filosofia, em Porto Alegre, percebi a realidade dos conflitos”, confessa.
E filmes como esse, ele recomenda, porque conta uma história verídica e bem contada, adaptada de um livro, do filho de Rubens. Em tempos de internet, reflete o cientista político, para ler um livro de 200 páginas é preciso paciência, num tempo que as pessoas querem rapidez. E o cinema dialoga num ritmo mais rápido. “E quando se une a capacidade de fazer um belo filme com uma história das mais relevantes, o cinema é uma maneira pelas quais as pessoas conhecem o mundo. Cumpre também o papel de mostrar a nossa história para nós mesmos e para outros países, um pouco do que é o Brasil e neste caso, um pouco do que foi a nossa história”, acrescentou, e com a possibilidade de receber um Oscar, ganha mais notoriedade.
E quem assiste, convida João Pedro, acaba tendo a curiosidade em conhecer mais sobre o Rubens Paiva e a Eunice. “Ele não era um revolucionário típico. Ele foi um deputado cassado pela ditadura militar, ficou um período fora e voltou. Ele distribuía cartas, não estava envolvido com armas, nada disso. Era um engenheiro que mantinha contato com perseguidos políticos distribuindo cartas. O que se estabeleceu nas ditaduras em geral foi uma falta de limites”, aponta.
Ainda, para João Pedro, o filme vem em boa hora porque dialoga com o presente. “Pela primeira vez na história brasileira temos o indiciamento pela Polícia Federal de vários generais suspeitos de terem participado da tentativa de golpe de 2022, coisa que não aconteceu na década de 70”, compara.
Notícias relacionadas
Cacis e Por Sinimbu lançam concurso “Brilha Sinimbu: luzes de esperança”
Iniciativa irá premiar melhor decoração natalina em residência e em estabelecimento comercial do município
Praças e canteiros públicos recebem decoração natalina em Venâncio Aires
Mais de dez mil luzes serão instaladas em diversos pontos do município
Concurso Rainha Afro Estudantil tem 30 candidatas inscritas em Santa Cruz
O evento será realizado no Pavilhão Central do Parque da Oktoberfest
Aberto o Natal da FelizCidade em Vera Cruz
Programação iniciou na noite deste domingo com Desfile Show da Acisa