Abertura destacou discursos sobre a força e a resiliência dos gaúchos após a enchente e culminou com a apresentação do campeão de 2023
Foi aberta no fim da tarde desta sexta-feira (15) a 37ª edição do Enart, considerado o o maior festival artístico amador da América Latina. Até domingo (17), o Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul, é tomado por acampamentos, prendas e peões que se distribuem entre as modalidades artísticas, das danças tradicionais às demais categorias, como chula, dança gaúcha de salão, conjunto instrumental, violino ou rabeca, gaita, violão, viola, causo gauchesco de galpão, pajada, concurso literário, declamação, trova galponeira, conjunto vocal e solista vocal, das 30 regiões tradicionalistas que fazem da Terra da Oktoberfest a terra de todos os gaúchos. Na abertura, a fala emocionada da presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Ilva Goulart, frisou o sentimento que toma conta para este Enart, considerado diferente: “é o Enart da reconstrução. É o Enart que nós sofremos, que nós choramos juntos e que o CTGs se levantaram em prol do Rio Grande e cada um fazendo a sua parte. Em qualquer galpão que ficou de pé, se via gente trabalhando para reconstruir esse Rio Grande. É o sangue que vem de norte a sul e de oeste oeste do nosso grande Rio Grande, que tem a fibra de homens e mulheres, de jovens, que nos ajudam e que ajudam a manter essa cultura. Está aberta a 37ª edição do grande Enart da solidariedade e da reconstrução“, enalteceu.
A secretária da Cultura do Rio Grande do Sul, Beatriz Araujo, esteve presente e também realçou a força e a resiliência do povo gaúcho. “Nos orgulhamos da garra do nosso povo. Sabemos que muitos enfrentaram grandes adversidades com as enchentes que afetaram várias regiões do estado. Diante das águas que tentaram nos enfraquecer, nós vimos a força do povo gaúcho se levantar, ainda com mais vigor. A nossa cultura, assim como o nosso povo, é resiliente e resistente, forjada na superação e na solidaridade. Cada um que está aqui hoje, em cada dança, em cada verso, traz consigo a prova de que a nossa tradição é mais forte do que qualquer adversidade. Mais do que nunca é fundamental cultivarmos e mostrarmos ao mundo o talento artístico que brota de cada canto do nosso estado, promovendo o intercâmbio entre culturas e etnias que compõem o que é ser gaúcho. Aqui celebramos a nossa arte, os nossos costumes e tradições, que são a herança de um povo forte e resiliente“, destacou.
Marisa Rossa, coordenadora 5ª Região Tradicionalista, sublinhou que o evento consolida Santa Cruz como sede desta festa da tradição. “É um dos momentos mais importantes do tradicionalismo gaúcho, promovendo a integração das gerações e o voluntariado, pilar das nossas entidades“, disse, ao relembrar também esse espírito de voluntariado e empatia presente nos CTGs em compromisso com a população gaúcha quando ocorreu a enchente para ajudar a quem precisava. As demais autoridades frisaram essa mesma força dos gaúchos e enalteceram a beleza da arte e do tradicionalismo gaúcho, que mais uma vez tem Santa Cruz como morada. “Santa Cruz talvez seja a cidade mais multicultural do estado. É a cidade onde a cultura gaúcha pulsa com cada vez mais intensidade“, arrematou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Santa Cruz, César Cechinato.
A cerimônia de abertura contou ainda com a entrada da imagem de Nossa Senhora Medianeira, rainha do povo gaúcho, e a chegada da chama crioula. E encerrou com a apresentação artística do DTG Poncho Verde, de Panambi, campeão da última edição do festival, muito aplaudido pelo público que prestigiou a solenidade no ginásio Poliesportivo.
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