Tempo

“Um cenário de guerra”, conta estudante santa-cruzense que está na Espanha

Publicado em: 02 de novembro de 2024 às 08:53 Atualizado em: 02 de novembro de 2024 às 09:40
  • Por
    Emily Lara
  • Foto: Reprodução/Redes Sociais
    compartilhe essa matéria

    Inundações trouxeram um volume de chuvas equivalente a um ano em apenas algumas horas

    Camila Lopes Martins, estudante da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), está na Espanha e, em entrevista ao Grupo Arauto, relatou sobre as devastadoras enchentes que atingiram a região de Valência, no leste do país. A acadêmica explicou que está morando no norte da Espanha e, portanto, está segura, porém tem acompanhado a situação e os relatos de amigos que vivem nas áreas afetadas. 

    As inundações, consideradas umas das mais graves da história, trouxeram um volume de chuvas equivalente a um ano em apenas algumas horas, deixando milhares de pessoas ilhadas. Em alguns pontos, a precipitação chegou a 445,4 litros por metro quadrado, acompanhada de ventos fortes e tornados, resultado de um fenômeno conhecido como Depressão Isolada em Altos Níveis (Dana). 

    “Percebo que eles também foram pegos de surpresa pelo nível, porque pelo relatado nas notícias, choveu equivalente a um ano nesse último período de uma semana. Então, foi muito além do que era esperado, foi um recorde de chuvas”, contou Camila.  

    A estudante destacou que há uma mobilização da sociedade local, porém não percebe a mesma intensidade que viu no Rio Grande do Sul durante as enchentes de maio, onde a solidariedade e as doações foram expressivas.Eu sinto que aqui é mais uma preocupação e esse acompanhamento, talvez mais uma questão de mandar boas energias para essas famílias, para que essa recuperação aconteça logo, do que doações efetivamente”, disse.  

    Embora a situação em Valência seja crítica, Camila relatou que a comunicação na região afetada não foi gravemente impactada. Porém, os moradores enfrentam dificuldades para adquirir alimentos e água potável, com prateleiras de mercados vazias e o abastecimento comprometido. Os vídeos que a gente recebe nos grupos são de um cenário de guerra, de chegar no mercado e ver as prateleiras vazias. Não tem fruta, não tem nada, não tem papel higiênico, itens básicos que as pessoas não estão conseguindo comprar”, revelou.  

    Camila ressaltou também a estrutura governamental organizada na região. Segundo ela, o governo está mobilizando recursos rapidamente e há notícias de que a cidade de Valência vai receber apoio da União Europeia para a reconstrução.