DIA DO PRODUTOR DE TABACO

“Se tirarmos o tabaco do Sul do Brasil, vamos colocar o quê no lugar?”, indaga Heitor Schuch

Publicado em: 28 de outubro de 2024 às 16:33 Atualizado em: 28 de outubro de 2024 às 18:30
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    Portal Arauto
  • Foto: PABLO VALADARES /CÂMARA DOS DEPUTADOS / AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS
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    Autor do projeto de lei que instituiu o 28 de outubro como o Dia do Produtor de Tabaco enaltece a importância do trabalhador para a economia

    Nesta segunda-feira (28), dia dedicado a enaltecer o produtor de tabaco, o programa Direto ao Ponto, da Arauto News, ouviu o deputado federal Heitor Schuch (PSB), autor desta homenagem enquanto ainda estava na Assembleia Legislativa gaúcha. A data, retomou ele, “foi pensada para valorizar essa categoria tão importante que produz a matéria-prima tão essencial para que tenha emprego, trabalho, e ao mesmo tempo que os cofres públicos tenham tanto recursos, porque toda vez que se exporta tabaco, todos os três elos de governo recebem”, disse.

    Quando propôs essa data na Assembleia Legislativa, relembrou Schuch, ele recebeu muita crítica e questionamento de gente que considera o tabaco a “cultura maldita”. “Inclusive teve deputado que saiu do plenário para não votar”, destaca. Foi um duelo difícil, assim como normalmente são os embates envolvendo o setor do tabaco em tantos eventos, seja com a Anvisa, as COPs e tantos outros que tiveram que enfrentar, enumera. Mas a data comemorativa, enaltece o deputado, é importante. “Se tirarmos o tabaco do Sul do Brasil, vamos colocar o quê no lugar? Qual a cultura que vai possibilitar que as pessoas fiquem na sua atividade, que tenham renda, que elas possam continuar produzindo e que ao mesmo tempo gera tantos tributos aos cofres públicos? Não temos nenhuma”. Até porque, justifica ele, normalmente a produção se dá nas pequenas propriedades.

    Ele destacou ainda a tradição que envolve o cultivo e todo processo de produção do tabaco, e o produtor, o homenageado do dia, sabe e entende do que faz. E que além de tabaco, e ele tem isso no seu DNA, produz muitas outras coisas. “Temos que valorizar essa gente, que trabalha em propriedades pequenas, muitas vezes em encostas dos morros e que se fosse plantar ali outra cultura qualquer não teria ali a mesma renda. Temos que valorizar essa gente que levanta cedo, que não tem férias, 13º salário, nem carteira assinada ou contracheque no final do mês, mas faz da cultura do tabaco o seu ganha-pão, e vive e sobrevive no meio rural, muitos deles por décadas produzindo para a mesma empresa”, sublinha Heitor Schuch.

    Audiência pública sobre dispositivos eletrônicos

    A entrevista para a Arauto News também destacou outro assunto em alta nos últimos dias: o cigarro eletrônico e dispositivos afins. Heitor Schuch destacou que uma audiência pública está prevista para acontecer em Brasília para discutir a parte econômica dos dispositivos eletrônicos para fumar.

    Ele falou que se estima que no país tenha 6 milhões desses aparelhos, todos importados, nenhum feito pela indústria nacional, nenhum paga imposto, ninguém sabe ao certo o produto que está lá dentro. “Está na hora do Brasil tentar chamar as empresas que estão trabalhando nisso, os entendidos desse assunto, para fazer um debate fora da questão da saúde, porque a Anvisa é contra. O meu temor, que sou originário do produtor de tabaco, é fazer algo que vá chegar lá na frente e dizer: ‘bem, agora vamos precisar só metade da produção’. Estou convencido que o Brasil precisa estabelecer um regramento do que pode ou o que não pode”, destaca.

    .O deputado federal acrescenta que é melhor o país ter uma indústria nacional com fiscalização dos órgãos responsáveis do que continuar importando milhões de aparelhos de quem não paga tributo, não se sabe a origem e se desconhece o que o usuário está consumindo.

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