Debate

Audiência pública debate serviços prestados pelas concessionárias de energia elétrica em Rio Pardo

Publicado em: 18 de outubro de 2024 às 12:45
  • Por
    Kássia Machado
  • Foto: Leandro Porto/Grupo Arauto
    compartilhe essa matéria

    O debate ocorreu na manhã desta sexta-feira (18), na Câmara de Vereadores de Rio Pardo

    A Comissão Especial para Analisar a Atuação das Concessionárias de Energia Elétrica CEEE Equatorial e RGE, presidida pelo deputado estadual Edivilson Brum, realizou a primeira audiência pública no interior do Estado. O debate ocorreu na manhã desta sexta-feira (18), na Câmara de Vereadores de Rio Pardo.

    O objetivo da audiência foi discutir as falhas no fornecimento de energia e buscar soluções para evitar que a população enfrente longos períodos sem luz, especialmente após eventos climáticos extremos.

    Uma das primeiras autoridades a falar foi o vice-prefeito de Sinimbu, Jacson Rabuske, que representou um dos municípios mais afetados pelas fortes chuvas no Vale do Rio Pardo. Segundo ele, a cidade ficou desassistida pela RGE, especialmente nas áreas rurais. “Temos localidades que ainda enfrentam muitas dificuldades, porque o problema não foi apenas a tragédia, mas também a precariedade do serviço prestado ao longo do tempo. Em muitos locais, as roçadas não são realizadas e a troca de transformadores não ocorre. Não é apenas a tragédia, é um descaso de longo prazo com a manutenção das redes de energia”, relatou.

    O prefeito de Rio Pardo, Rogério Monteiro, destacou a importância da audiência para discutir a necessidade de ajustes na prestação do serviço de energia, no caso da cidade, fornecido pela RGE. “Nós também sofremos muito com a enchente de maio deste ano, e a demora no atendimento e resolução dos problemas impactou diversas áreas, como saúde e educação, além das pessoas que dependem do serviço da RGE, que é a nossa população. Isso afetou muito a nossa cidade”, explicou.

    Leia também

    O coordenador regional da Defesa Civil, coronel Claiton Marmitt, lembrou das cobranças feitas pelo órgão durante o período das fortes chuvas e destacou a necessidade de atualização dos planos de contingência das concessionárias para melhor enfrentar eventos climáticos futuros. “Os eventos climáticos foram muito mais severos do que estávamos acostumados. É necessário atualizar os planos de contingência dessas empresas para que possam dar uma resposta mais eficiente no futuro”, enfatizou.

    A promotora Christine Mendes Ribeiro Grehs destacou o trabalho realizado pela promotoria em Pantano Grande, baseado em relatos sobre o fornecimento de energia elétrica. “Passamos a realizar reuniões mensais, há cerca de um ano, com a participação da comunidade, que compartilha suas vivências. Criamos um formulário no qual os usuários registram o tempo que ficaram sem energia e as possíveis causas. O que constatamos nesses 12 meses de dados foi a ausência de podas de árvores, com a vegetação encostando na fiação elétrica. Esse trabalho resultou em uma operação de mutirão por parte da empresa, e já estamos em progresso com podas mais eficientes, graças à aproximação entre a empresa, a comunidade e o Ministério Público”, relatou.

    A deputada estadual Adriana Lara (PL) ressaltou que a população gaúcha está insatisfeita com o fornecimento de energia elétrica pelas concessionárias. “Esse descontentamento vem de questões muito importantes, como o fato de as pessoas ficarem mais de 24 horas sem energia, o que causa prejuízos no trabalho e na vida pessoal. E quem vai ressarcir esses danos? Muitas vezes, falta manutenção preventiva nas redes. Queremos provocar as concessionárias para que forneçam um serviço de qualidade”, enfatizou.

    Esta foi a primeira de uma série de audiências que acontecerão em outras cidades do Estado. A Comissão busca ouvir a população para identificar melhorias necessárias na prestação do serviço de energia elétrica, com o objetivo de garantir um fornecimento mais eficiente e confiável para todos.