O Grêmio chega à primavera angustiado, apreensivo. O Inter parece ter se distanciado do longo e tenebroso inverno que viveu em 2024
O Grêmio da primavera. Na semana farroupilha, que antecede a chegada da primavera e que, portanto, costuma coincidir com o último terço da temporada, o torcedor gremista anda angustiado. Indignado com alguns personagens e com a condução do clube, certamente. Mas o seu semblante em nada lembra a leveza da estação das flores e da temperatura amena. O torcedor gremista ainda não dorme sossegado, livre do risco do rebaixamento. E este temor tem razões que a esta altura, olhado o cenário de maneira racional, são medianamente compreensíveis. O Grêmio tem problemas na sua gestão, muito especialmente quando o assunto é futebol. Falta conhecimento, falta convicção e falta uma atitude mais ágil e mais assertiva. No comando do time, está um ídolo de inegáveis qualidades. Mas que não vive bom momento como técnico de futebol, sua temporada é ruim, parece cansado ou desgastado e erra muito, tanto nas decisões sobre o time, quanto na sua postura profissional. E dentro do campo, um time que indo para o décimo mês do ano, ainda não está pronto, recém está incorporando jogadores. E que tem fragilidades. Suas laterais têm problemas, sua zaga é insuficiente, o sistema defensivo vaza absurdamente. Em algumas posições, os nomes são claramente insuficientes. O fato é que o Grêmio, que espreita a chegada da primavera, é um time inconfiável, instável e muito distante do que espera o seu torcedor. Sua grande conquista da temporada será não ser rebaixado pela quarta vez á Série B.
O fim do inverno colorado. O Inter parece ter vivido, em toda a temporada 2024, um longo e tenebroso inverno. De grupo festejado e que inspirou a confiança na volta das conquistas, à decepção em série e a fracassos sucessivos dentro de casa, o colorado foi forçado a se refazer durante a temporada. Depois de criar no seu torcedor e a ilusão de que tinha time e técnico capazes de vencer, teve de mudar. Primeiro o treinador, tendo de recorrer a um ídolo gremista, profundo conhecedor de futebol e organizador de times. Depois mexeu no grupo e teve de fazer ajustes importantes. Não foi um processo indolor, nem rápido. Mas a iminência do mês de outubro mostra um time que cresce e se organiza, que tem melhor rendimento e com individualidades que começam a dar resposta. Depois de sentir o bafo dos ocupantes do Z4, é candidato a uma vaga na Libertadores, numa já inegável campanha de recuperação. Depois de sofrer, o torcedor colorado parece se aproximar de um fim de temporada com esperanças. Que não sejam vãs, como foram as geradas nos últimos anos.
Notícias relacionadas
A Seleção Brasileira que eu não reconheço
A Seleção Brasileira que já teve Zico, Sócrates, Tafarel, Romário, Bebeto e Ronaldos, hoje é de operários quase anônimos, que não encantam, não comovem, não atraem. Não fazem rir, nem chorar. Dão sono
Por Luciano Almeida
Uma volta amarga. Uma evolução acentuada
O Grêmio voltou para casa e decepcionou com uma virada no apagar das luzes. O Inter venceu, convenceu e mostrou evolução
Por Luciano Almeida
O simples normalmente funciona
Diante de momentos de instabilidade e de ausência de bons resultados, os técnicos da Dupla Gre-Nal resolveram optar por simplificações
Por Luciano Almeida
Erros que se repetem. Acertos que não aparecem
De um lado, um treinador que dá a impressão de não saber por que acerta e de insistir em erros. De outro, um navio desgovernado, sem rumo