O curta-metragem “Muros Velhos não dão Flores” é uma produção da Vaquita Cultural e foi lançado no Centro Regional de Cultura de Rio Pardo
O filme Muros Velhos não dão Flores produzido em pontos turísticos de Rio Pardo estreou no Centro Regional de Cultura neste mês. Ernesto, um professor de literatura aposentado, enclausurado pelo luto, é o personagem central do filme, ambientado em Rio Pardo, em locações como a Ponte do Couto e o Centro regional de Cultura, e no interior de Santa Cruz do Sul, em Monte Alverne.
O curta-metragem é uma criação da Vaquita Cultural, produtora com sede na Cidade Histórica. A roteirista e diretora da produção, a jornalista e dramaturga Letícia Mendes, disse em entrevista à Arauto News que a mudança do teatro para o audiovisual ocorreu por conta do período da pandemia.”Eu me encantei por esse universo do audiovisual, eu adoro escrever, mas escrever roteiro é uma coisa que eu gosto muito, assim, e o Muros Velhos não dão Flores é um dos primeiros curtas metragens que eu escrevi. A gente já está produzindo outros trabalhos agora, mas foi um dos primeiros que eu escrevi, e a gente produziu lá no ano de 2022 ainda, ali em julho de 2022, mais ou menos, a gente iniciou as gravações, e agora a gente fez a estreia”, destaca.
O filme conta a história do professor, que decidiu se isolar após a perda repentina da esposa, a renomada escritora Mercedes do Amaral, num acidente. A chegada de Liana, uma jovem que está decidida a recontar a história de Mercedes, faz Ernesto revisitar memórias e descobrir novos laços de amizade.
“Escrevi o roteiro do Muros durante a pandemia (do coronavírus), num período em que estávamos todos vivenciando a perda iminente, o luto, tão de perto. Percebi que esse era um tema muito latente dentro de mim. Todos nós temos alguma história sobre perda. Esse filme é sobre isso. Sobre o que fica das pessoas que partiram, e sobre como isso impacta nas pessoas ao redor. Fala de dor, mas também sobre os laços humanos”, explica Letícia.
Irmãos em cena
Dmitri Rodrigues é quem interpreta Ernesto, e tem ao lado dele no filme a irmã, a atriz Betânia Rodrigues, que dá vida à personagem Liana. O ator conta que passou por profunda preparação para criar o personagem. “Acompanhar a criação do roteiro desde o princípio me ajudou bastante nesta construção. E, ao mesmo tempo, me fez criar um vínculo muito profundo com o personagem do Ernesto, tornando esse trabalho extremamente prazeroso”, descreve o ator.
Além dos irmãos, está no elenco ainda a atriz Rosângela Britto, que interpreta a bibliotecária Marisa, uma amiga de Ernesto e Mercedes, que auxilia Liana.
Literatura feminina
O filme aborda temas como o enfrentamento ao luto e a violência contra a mulher. A literatura também está presente, por meio das obras de Mercedes, voltadas ao empoderamento feminino, e do apreço que Ernesto tem pela poesia. Uma das obras citadas é a antologia poética da autora portuguesa Florbela Espanca, que dá origem ao título do filme.
“Foi muito gratificante poder neste filme trabalhar diferentes temas que são tão importantes para mim. Temos o empoderamento da Liana, por meio das obras da Mercedes, enquanto falamos, ao mesmo tempo, de literatura brasileira e portuguesa, e das relações humanas. Creio e espero que o filme consiga tocar o público com essas sutilezas”, diz a diretora.
O curta tem direção de fotografia de Gelson Pereira, trilha sonora original de Robson Bitencourt e finalização de Matheus Zarpellon.
Vem mais projetos
A Vaquita Cultural está produzindo outros projetos, com lançamento previsto até o fim deste ano. Entre as criações, estão o curta-metragem “A Salvadoras das Florestas”, o documentário “O Mundo que Queremos” e o longa-metragem “O Menino e a Baleia”. Todas as produções são ambientadas em Rio Pardo, e fruto de editais da Lei Paulo Gustavo.
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