O momento é a oportunidade para mostrarmos que somos humanos de coração e para aprendermos que, como humanos, vamos falhar, pois o instinto da sobrevivência sempre existirá.
Difícil é o fácil que ainda não foi feito. Não bastasse o desastre que aconteceu em virtude das chuvas, várias outras situações estão colocando à prova o ser humano e sua existência.
Os estragos, se comparados à pandemia da Covid, talvez sejam maiores e a curto prazo já os perceberemos. O momento é semelhante ao passamento de alguém, onde o morrer são as chuvas e o velório e enterro o momento inicial pós-chuva, a última semana que passou. Agora estamos naquela primeira semana pós-enterro, onde muitos visitam e, no caso, muitos ainda ajudam.
Pergunto-me como será no fechar do primeiro mês, do segundo mês, …? A vida de todos deverá seguir, o tempo de ajudar talvez irá escassear e, mais cedo ou mais tarde, os atingidos estarão andando, ou melhor, precisarão andar sozinhos ou não!!!
Em momentos de tragédias é comum escutarmos que é a punição de um Ser Superior que nos atinge ou o questionamento acerca do que Esse Ser está querendo nos mostrar?
É tendência olharmos o lado negativo pois, na atualidade, esse tem sido o grande mal da humanidade. Apesar de toda desgraça, o momento atual é a oportunidade para mostrarmos que SOMOS HUMANOS DE CORAÇÃO e também para entendermos e aprendermos que, como humanos, vamos falhar e vamos errar pois o instinto da sobrevivência, o famoso instinto animal, sempre existirá.
O interessante e que, para minha surpresa, incomoda a muitos, é a sacola da doação numa mão e o celular para a selfie das redes sociais na outra. Tenho comigo que para o bem da humanidade precisamos exercitar o escutar, o perdoar e o amar. Não tenho dúvida de que perdoar envolve “baixar a régua” do julgar e que o momento é espetacular para este exercício.
Passamos pelo momento da carona, sendo que poucos a oferecem mas muitos a querem pegar. Pensando na linha dos ditados populares, a criança nasceu, é linda, e agora todos querem ser padrinhos. Confesso que isso não me incomoda, apenas gera reflexões. No final o que realmente vale é que as ações sejam efetivas.
Não precisamos fazer muito e sim fazer bem feito aquilo a que nos propomos. A questão não está na quantidade e sim na qualidade das ações. No momento, uma camiseta, um litro de leite, um brinquedo, um quilo de arroz, tanto faz o que for, a questão está no doar, no compartilhar.
O Grande Arquiteto deste mundo imenso usa da sua sabedoria na elaboração dos caminhos para nosso aprendizado e nosso crescimento moral e espiritual. É preciso estar atento a esta oportunidade de aprender, de exercitar e colocar o coração na “ponta da chuteira” de nossas ações.
Os estudos atuais nos trazem que atos aleatórios de bondade elevam nosso bem-estar, ou seja, nossa felicidade. Isso nos permite entender o coração batendo mais forte, a lágrima ao receber um caminhão de doações de desconhecidos, a vontade de separar roupas para doar, de ficar com o rosto sujo de barro limpando uma cidade e de resgatar animais em risco.
Não se culpe ao bater aquela vontade de tirar uma foto e mostrar aos outros. Entenda que isso não é fazer publicidade na desgraça alheia, bem como fique tranquilo que se lhe jugarem, a “verdade” que lhe falarem diz muito mais sobre a condição de quem critica do que de quem é criticado.
Estou na fase da vida “cavalos da independência”, ou seja, ca#2nd0 e andando para a opinião alheia. Essa, diz muito mais a respeito de quem a emite do que a mim mesmo; isso é libertador.
Deixo hoje apenas uma dica….não precisamos FAZER DIFERENTE mas sim FAZER A DIFERENÇA na vida das pessoas e, consequentemente, na nossa.
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