Alguns voltaram para casa após limpeza e outros buscaram abrigo em casa de parentes ou amigos. Realidade diferente das família de Ivone Beatriz da Roza e Ivonete Machado.
Ivone, 53 anos, era moradora de Linha Borges de Medeiros e foi auxiliada, juntamente com o filho Josué, de 15 anos, por um vizinho para deixarem a residência. “Amarramos uma corda na nossa cintura e ele nos puxou. Só estamos vivos graças a ele”, lembra a dona de casa. Ela chegou no ginásio dia 1º de maio e permanece vivendo no abrigo porque, em razão dos riscos, não é possível retornar ao antigo lar.
Nestes dias de acolhimento foi possível experimentar a dedicação e o carinho dos voluntários que não medem esforços para tornar menos traumática a experiência de perder tudo. “As pessoas daqui foram anjos nas nossas vidas, elas abraçaram, conversaram com a gente, nem pensei que seria tão bem tratada e tão bem recebida. A gente se sente mais aliviada, eu me sinto em casa. Nunca recebi carinho, hoje sei o que é receber e dar carinho”, declarou.
Ivonete Machado, 40 anos, de Ponte Andréas, chegou ao ginásio no sábado, dia 4, junto com a filha Mariana e com Fernando Fredrich. Sem condições de voltar para casa, ela tem incerto o futuro. Mariana já retomou as aulas e conseguiu salvar, no dia que saiu de casa, sua cachorrinha Aurora. Ainda bastante traumatizada, a menina chora quando lembra da água. “Sempre que chovia acumulava água no pátio, mas não entrava na casa”, lembra.
Perguntada sobre como é viver no abrigo estes últimos dias, Ivonete responde: “a gente tem que dar graças a Deus que tem um lugar para ficar. Aqui a gente é bem tratado, carinho que a gente não tem, aqui a gente recebe”, desabafa.
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