Professor chileno estuda problemas globais e locais com a finalidade de gerir o recurso da melhor forma no Vale do Rio Pardo
O Arauto Saúde desta edição trouxe o professor e biólogo Eduardo Lobo para falar sobre os estudos que realizou sobre sobre a água.
Professor, você é chileno, andou pelo Chile, Japão, pela Europa, Estados Unidos, Inglaterra, sempre se preocupando com a água. O que significa preservarmos a água?
Realmente temos que cuidar da água porque temos pouca água e ela é um recurso finito. Em minhas andanças pelo mundo, para entender como os países e comunidades cuidam da água, me deparei com vários problemas globais e também com problemas locais. Meu trabalho é entender como funciona a gestão da água no mundo e trazer esta experiência para cá, para podermos fazer uma melhor gestão da água aqui no Vale do Rio Pardo, garantindo água de qualidade.
Professor, não podemos fabricar água, não tem como, e ela é finita, como você falou. Se isso acontecesse, o ser humano iria sucumbir, os animais, plantas também. O que mais lhe preocupa hoje em relação à contaminação da água?
Exatamente. A água circula no planeta, ela evapora e cai através da precipitação. A água que temos é a mesma. Não temos de onde tirar água nova. São muitos problemas que existem e várias fontes de contaminação, fontes difusas como a agricultura, por exemplo, como o esgoto não tratado e outras fontes pontuais como indústrias e as estações de tratamento. E tudo isso contribui com o que? Com nutrientes que produzem fenômenos de eutrofização da água, são cianobactérias que crescem em grandes quantidades e prejudicam a água para o consumo humano. Temos também os agrotóxicos, da agricultura, usados em demasia que vão prejudicar a qualidade de vida dos peixes, das plantas e até a água para consumo propriamente dito.