Para Simone Emmel, "a gente dá para eles muito menos do que recebe"
Uma mulher que inspira pelo que faz, porque faz com todo amor, dedicação e vontade de transformar o mundo pela educação. A professora vale-solense Simone Emmel, 45 anos, é inspiração. Conhecida por usar e abusar da criatividade para desenvolver as aulas do 4º ano da Escola Estadual Guilherme Fischer, ela ainda se dedica à vice-direção na Escola São João Batista. Filha de agricultores de Linha Trombudo, Simone tem orgulho de suas raízes e confessa que desde cedo correu atrás do seu sonho. Com 15 anos saiu de casa para estudar Magistério em Candelária, e mais tarde graduou-se em Pedagogia e se especializou em Educação Especial. “O magistério é minha paixão e também a minha cura”, resumiu, ao misturar sua vocação com seu destino.
Há 14 anos, quando deu à luz ao filho Luis Felipe, Simone foi surpreendida com uma doença rara, Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), descoberta logo após o parto. A maior felicidade da mulher no mesmo momento em que uma doença desconhecida e que poderia levá-la à morte foi identificada. Foram 28 dias na UTI e Simone precisou de 100 doadores de sangue, muitos familiares de seus alunos. Depois de um mês é que pôde reencontrar o filho.
A página foi virada, mas novamente Simone se deparou com uma doença: o câncer no reto, que exigiu quimioterapia, o que ela conciliava com a sala de aula. “Aqui no chão da sala de aula foi minha cura. A gente dá para eles muito menos do que recebe”, acredita a educadora, que contabiliza 24 anos de sala de aula e diz que sempre gostou de estudar. Ao sentir a necessidade de compartilhar o saber, percebeu que seria pela Educação o seu futuro e a ponte para construir um mundo melhor.
Só que Simone vai além do que está escrito nos livros. Ela é inspirada a criar atividades diferentes com as crianças e deste modo contagiá-los neste processo contínuo de aprender. “E essa é uma tarefa cada vez mais difícil, porque precisamos nos tornar cada vez mais interessantes para competir com a tecnologia. Mas eu gosto de dar a aula que eu gostaria de ter recebido”, conta ela, que mesmo conciliando o trabalho administrativo em uma escola, não se vê longe da essência da educação, do olho no olho, da troca que existe com os alunos e que vai muito além das disciplinas, é dar atenção, carinho, diante de uma sociedade tão carente emocionalmente.
Para a vale-solense, não existem limites para a mulher hoje. “O que ela não faz com a força física, faz com a cabeça. Ela encontra uma forma de se colocar e ganhar espaço”, reflete. Simone publicou em sua rede social a frase “semeamos no mundo as sementes que carregamos no coração”. No coração de Simone não falta esperança para um mundo melhor através da educação e ansiedade para viver cada minuto de sua vida com intensidade. É a dica da professora e o desejo da mulher em seus inúmeros papéis.
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