Por incrível que pareça, quem viveu a rejeição acaba se tornando um rejeitador natural. Rejeita sem nem mesmo perceber. Torna-se crítico, severo, uma pessoa muito angustiada e em busca de regras para se basear e para enquadrar os outros.
Por incrível que pareça, quem viveu a rejeição acaba se tornando um rejeitador natural. Rejeita sem nem mesmo perceber. Torna-se crítico, severo, uma pessoa muito angustiada e em busca de regras para se basear e para enquadrar os outros.
Quando alguém sofreu a sensação de ter sido preterido (e isto não precisa ter acontecido de fato, basta que assim o tenha interpretado) ou ter se sentido pouco cuidado, o que fica é uma sensação do tipo: “não gostam de mim do jeito que eu sou!”, “É preciso que eu me modifique caso contrário não serei aceito, não haverá lugar para mim.”
A partir daí é como se a pessoa naturalmente passasse a se esforçar incansavelmente para ser melhor do que ela é. É como uma rejeição. Sente que precisa ser diferente do que é.
A pessoa pensa: “Ser apenas o que sou não é bom o suficiente …não foi!”. E esta situação será vivenciada com muito sofrimento e com um medo constante de falhar e de não AGRADAR!
Isto tudo torna o viver muito penoso, severo e exigente consigo mesmo e com todos. A pessoa com medo de novamente ser rejeitada priva-se de ser ela mesma. Não relaxa. Sente-se muito analisada, observada, sempre correndo o risco da exclusão. Antecipa-se, corre na frente, explica-se para não ser mal interpretada novamente.
E aí quer enquadrar os outros com o mesmo rigor que vive a sua vida. Ansiedade, angústia, perfeccionismo, síndrome do pânico, irritabilidade, insatisfação e até amargura podem ser palavras que façam sentido para quem vive a rejeição ou para quem é vivido por ela. É muito complexo.
Várias são as reações que podem ocorrer de forma incontrolável, inconsciente. Ciúmes, sensação de injustiça, desânimo, pensamentos negativos, depressão.
Após muito sofrimento, a pessoa tem vontade de acabar com o problema. Quer zerar tudo e se livrar de suas dificuldades e também liberar os outros de suas exigências.
Mas não é tão fácil assim. Terá que romper com vários medos…
Mas por quê tudo isso é assim difícil?
Porque nos tornamos os maiores rejeitadores de nós mesmos?
A pessoa pensa: “Se me deram pouco é porque há algum problema comigo…”. “Não devo merecer mais do que isso”…e tudo o que viver posteriormente passará, a princípio, por estas lembranças, ainda que inconscientemente.
Como é importante amarmos e nos deixarmos amar sem tantas perguntas, desconfianças e condicionantes…
Arranjar tempo e espaço dentro de nós para passar nossa vida a limpo…
Fazer as pazes…descansar…
Rever com a devida atenção e discernimento, cada situação que possivelmente ficou registrada de maneira distorcida dentro de nós e que acabou ocasionando tanto sofrimento e distanciamento.
Ainda que nossas experiências tenham sido de dor, ainda que as pessoas não nos tenham amado como deveriam, Deus nunca deixou de nos amar. O amor Dele tem poder para curar nossas marcas de rejeição e nos libertar de todo sofrimento interior.
Acredite nisso: para Deus não existe impossível e Ele pode fazer novas todas as coisas, incluindo a nossa vida.