A vida não é fácil. Nem pra mim, nem pra você. Aqui ao lado da varanda de onde eu escrevo esse texto tem um prédio enorme. Acredito que em cada andar tenham dois ou três apartamentos ocupados por pessoas que estão passando por problemas inimagináveis.
A vida não é fácil. Nem pra mim, nem pra você. Aqui ao lado da varanda de onde eu escrevo esse texto tem um prédio enorme.
Acredito que em cada andar tenham dois ou três apartamentos ocupados por pessoas que estão passando por problemas inimagináveis. Uma conta atrasada, um familiar enfermo ou próprio portador da enfermidade, desemprego, traição de um cônjuge, guerras familiares.
Ao olhar cada janelinha daquela que vai dançando com o acender e apagar das luzes, vejo vida.
Vida que é não fácil.
Que precisa de um propósito todos os dias para acontecer.
Que precisa ser alimentada pela esperança.
Talvez muitas pessoas acordem de manhã e sigam para viver as suas vidas maquiadas com um sorriso e passe pela gente nessa imensidão das cidades.
Talvez alguém com um problema muito grande sente ao nosso lado no ônibus ou no metrô.
Talvez o cara do Uber esteja vivendo um dos piores dias da sua vida, mas ele precisa garantir as suas estrelas ao final da corrida.
Talvez a recepcionista esteja triste por algum motivo e a gente nem perceba a sua tristeza pois o trabalho dela é ser o cartão postal da empresa onde trabalha.
Por isso, o mínimo que a gente pode fazer pelo outro é ser gentil. É ter empatia.
Ainda que o mundo esteja desabando diante das nossas cabeças, o mundo de alguém já pode ter desabado e essa pessoa cruzou o nosso caminho por acaso.
Por um instante.
Seja gentil. Faça um esforço.
Tenha coragem de ser gentil.
Faça da gentileza um hábito.
Nesse momento em que a gente caminha com tanta perplexidade diante dos últimos acontecimentos no mundo, sempre tem alguém que pergunta o que fazer.
Eu diria: seja sempre gentil.
Edgard Abbehusen