Verbalizar o amor

“Nunca perca a oportunidade de dizer às pessoas o quanto elas significam pra você.” (@aquelasffrases). A agenda acaba sendo pequena, neste período do ano, para atender as muitas solicitações. É um tempo de muita vida, de muita criatividade e, claro, de um pouco de cansaço também. Mas nada que não seja administrável. É muito bom estar convivendo com as pessoas, nos momentos mais significativos e felizes. Nas situações mais exigentes, como é importante marcar presença, ofertar um abraço ou simplesmente ficar próximo e em silêncio. Num dia desses, agendei para conversar com um jovem casal, cuja a data do matrimonio já está próxima. Para minha surpresa, os noivos me entregaram um bambu, num belo vaso, com um espaço para colocar água. Junto às orquídeas, o bambu ajuda na formação de um pequeno jardim conventual. A amizade e o carinho possuem diferentes linguagens. É maravilhoso perceber e vivenciar a sensibilidade dos jovens. São eles que me fazem acreditar que o mundo será mais afetivo, nos próximos tempos. Não estamos caminhando para um abismo, mas para o infinito, onde a sensibilidade será a protagonista de muitos gestos de amor. Por estilo de vida, traço de personalidade e até por timidez, muitas pessoas não verbalizam seus sentimentos. Quando o que sentimos não é transformado em palavras, corremos o risco de adoecer. Me impressiona o fato de muitas pessoas não serem capazes de verbalizar o amor que sentem. Ainda bem que é possível dizer ‘eu te amo’ de muitas outras formas. Enormes crises podem acontecer quando silenciamos os sentimentos. Porém, dizer por dizer, sem autenticidade, não ajuda e não acrescenta nada. Se o bambu não receber a quantidade suficiente de água, não poderá balançar suas folhas. O que nutre o amor, que é a principal finalidade da vida, é o carinho, a compreensão, o perdão e a espiritualidade. Uma pessoa espiritualizada ama do jeito certo. Não posso esquecer: hoje é o dia de dar água para o bambu.

Frei Jaime Bettega