Polícia

Promotor fala sobre justiça paralela em bairros com a presença do tráfico: “não querem a força policial”

Publicado em: 31 de janeiro de 2024 às 08:16 Atualizado em: 06 de março de 2024 às 14:58
  • Por
    Eduardo Elias Wachholtz
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Eduardo Wachholtz/Portal Arauto
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    Explicação de Flávio Eduardo de Lima Passos ocorreu em júri realizado em Santa Cruz

    Durante o júri realizado nessa terça-feira (30) em Santa Cruz, o promotor Flávio Eduardo de Lima Passos falou sobre a existência de uma espécie de justiça paralela em bairros marcados pela presença do tráfico de drogas. O caso em questão, ocorrido em 09 de março de 2022, na rua Treze de Maio, Bairro Faxinal, envolveu o assassinato de uma vítima por um adolescente.

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    O promotor destacou que a vítima, identificada como Roberto da Silva, era conhecida por praticar furtos no bairro para sustentar seu vício em drogas. O crime teria sido uma represália a esses furtos. “Quando ele morreu, foi recolhido material no IML e veio laudo. O índice alcoólico estava bem alto. Também o exame toxicológico comprovou que havia cocaína no sangue”, disse. 

    Flávio de Lima Passos explicou que em áreas onde o tráfico é dominante, a prática de crimes é proibida pela rejeição da comunidade e também porque atrai a atenção da força policial. Ele ressaltou que cada crime registrado gera estatísticas que influenciam as estratégias de atuação da Brigada Militar e da Polícia Civil. "Não pode haver crime. Não querem a força policial", afirmou o promotor.

    Durante a investigação do homicídio, o adolescente envolvido foi identificado como uma pessoa altamente ligada ao tráfico, com a apreensão de drogas, contabilidade do tráfico e celular. O delegado, ao analisar o telefone, descobriu conversas que ligavam o adolescente a um indivíduo condenado no júri. O diálogo indicava ordens para cometer o homicídio.

    Às 19h02, apenas algumas horas antes do crime, as mensagens revelam uma ação criminosa planejada. O diálogo sugere a busca por uma motocicleta e a preparação de uma arma. “Bah, temo que cobrar uma chinelagem na banda”, escreveu Daniel Henrique Oliveira, que recebeu uma pena de sete anos nessa terça-feira, fazendo alusão aos crimes patrimoniais que estavam sendo realizados por Roberto. 

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    Às 21h01, uma mensagem de Daniel, direcionada ao mesmo contato, indica que eles estavam na área procurando pela vítima, mas sem sucesso até aquele momento. “Tamo caçando ali […] tamo com o ferro [arma] para estourar ele”, escreveu. O horário da morte estimado pelas autoridades é 21h20.