Para a Invernada dar show, precisa apoio

A Invernada do CTG Candeeiro da Amizade, chamada Os Candeeiranos, é reconhecidamente um orgulho não apenas para Vera Cruz, mas para a região, como único representante na Força A das danças tradicionais na final do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart). Só que para manter o grupo – e melhorar a cada ano para ter mais competitividade – conclama pela ajuda financeira de empresas tributadas pelo lucro real, que podem utilizar o imposto de renda para esses projetos. No ano passado, o projeto foi aprovado pela Lei Rouanet, de incentivo à cultura. A intenção era captar o montante de R$ 100 mil (do total de R$ 200 mil possíveis) para custear as despesas com o Enart. No entanto, afirma o instrutor Alex Von Martin, as doações que chegaram somam R$ 8 mil. “Precisamos muito de aporte de empresas para darmos continuidade a essa trajetória”, assegura ele.

Segundo Alex, “devido ao período em que nosso projeto foi aprovado, quando entramos em contato com as empresas, a maioria já havia selecionado ou optado por auxiliar outros projetos”, reflete. Para se ter uma ideia da dimensão dos investimentos que a Invernada precisa fazer para competir, R$ 60 mil é o custo estimado só em trajes. “Acredito que participar de todas as etapas, viagens, e tudo mais, o custo seja de R$ 120 mil, aproximadamente. Mas assim, normalmente um trabalho para ser campeão, o investimento é ainda maior”, relata. 

A instrutora Bruna Kohl acrescenta que a proposta do grupo é oportunizar o acesso à Invernada para quem gosta da dança gaúcha. E assim, captar recursos através de patrocínios para que não se torne uma atividade inviável para as pessoas participarem, oportunizando a todos que desejem fazer parte da cultura gaúcha. “Infelizmente apenas as vendas e atividades que fazemos durante o ano não são o suficiente para pagar todos os custos. Além dos ensaios semanais, costumamos realizar mensalmente pelo menos um tipo de venda, como marmitas, pizzas congeladas, pedágio, ou outra ação de captação”, revela Bruna, lembrando que muitos grupos não têm participado de rodeios durante o ano ou até optam por não participar do festival por estar se tornando, já há algum tempo, uma atividade com alto investimento.

O prazo para a captação dos recursos via Lei Rouanet se estende até a metade do ano. Mais uma vez, o esforço da Invernada do CTG Candeeiro da Amizade está na sensibilização de empresas da região que possam engrandecer a cultura gaúcha ao dar apoio financeiro e associar seu nome e sua marca a esse grupo. No último Enart, o grupo se inspirou na temática da música Pampa Pietá para sua apresentação de entrada e saída. Contou no tablado a história do pós-guerra dos Farrapos, em meados do século XIX, quando os estancieiros buscaram forças para reconstruir o Rio Grande. Com essa temática, o grupo conquistou um feito inédito para a região: o troféu de segunda melhor coreografia de entrada do festival. Para quem tiver dúvidas ou quiser contribuir com a Invernada, pode contatar com Bruna Kohl, pelo telefone (51) 99617-4722.

Lei Rouanet

A Lei Rouanet permite que pessoas físicas e jurídicas destinem para o setor cultural parte de seus recursos que seriam para pagamento do Imposto de Renda (IR). Assim, possibilita que o grupo possa obter patrocínio por meio da isenção fiscal do IR. Como não é mais possível, para este ano, a dedução do IR pelas pessoas físicas, que poderiam doar até 6% do valor total pago de imposto de renda, e receber abatimento de 100% do valor doado, os esforços se concentram nas empresas. Pessoas jurídicas podem doar até 4% do lucro real.

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