Desafios ainda persistem para pessoas com deficiência
O Arauto Saúde desta edição esteve na Conferência Municipal dos Direitos de Pessoas com Deficiência da Unisc e conversou com Alessandra de Quadros, que possui deficiência visual – tem apenas 25% de visão no olho direito – e com o conselheiro do Compede de Santa Cruz do Sul, Flávio Ramon.
Alessandra, qual é a importância da inclusão de pessoas com deficiência?
Os desafios dos deficientes são inúmeros. Cada deficiência tem a sua especificidade, tem a sua característica, nenhuma deficiência é igual a outra, e, mesmo pessoas com a mesma deficiência apresentam inúmeras diferenciações entre elas. Mas o importante é que nós temos muita coisa a explorar, nós temos que colocar nosso poder de fala em ação para criar um mundo mais inclusivo, mais acessível para nós, pessoas com baixa visão, com cegueira, com surdez e todo tipo de deficiência fazer parte dessa sociedade. O mundo está aí, tem muita coisa boa para a gente desfrutar e a gente não pode abrir mão disso.
Ramon, como conselheiro do Compede, o que significa um evento como essa conferência?
Este momento é fundamental para a implementação, para a discussão, em primeiro lugar, e a reflexão sobre os direitos da pessoa com deficiência na sociedade, nas mais diversas áreas. Como previsto em nossa Constituição Federal, como previsto no Estatuto da Pessoa Com Deficiência de 2015, a sociedade tem o compromisso e o dever de garantir a vida. O acesso à saúde, à educação, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à moradia, enfim, a todos os direitos sociais. E a conferência, que este ano tem o tema Cenário Atual e Futuro da Implementação dos Direitos da Pessoa com Deficiência Construindo um Brasil mais Inclusivo, tem justamente esse objetivo de, com a participação de órgãos governamentais e representantes de entidades da sociedade civil, discutir formas, maneiras, propostas, ações, projetos que contemplem, garantam de fato a inclusão das pessoas com algum tipo de deficiência na sociedade de modo geral, garantindo desde o direito básico de ir e vir, fundamentado as acessibilidades, sejam as arquitetônicas ou físicas.