Pai Nestor compartilhou episódios que contam um pouco da vida do filho
Na partida chamada vida, há nomes que se destacam como estrelas, lançando luz sobre caminhos e aquecendo os corações das pessoas que têm a sorte de cruzar seus destinos. Matheus Raschen tinha no basquete a chama de sua paixão e é um desses que transcendeu as quatro linhas das quadras e se transformou em exemplo de coragem e altruísmo. A história dele é como um jogo que começa com o arremesso da bola no centro da quadra e se desdobra em uma jornada de dedicação, compaixão e espírito de equipe.
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O destino de Matheus foi selado em 27 de janeiro de 2013, quando a Boate Kiss, em Santa Maria, se transformou em cenário de uma tragédia. Naquela noite e nos dias que se seguiram, 242 vidas se perderam, incluindo a do jovem santa-cruzense. Hoje, seu nome brilha em duas cidades, como estrelas-guia que apontam para a generosidade e o espírito de equipe que Matheus personificou. Uma rua em Campo Mourão, no Paraná, e outra em Santa Cruz, na Linha João Alves, honram sua memória e legado.
Pai de Matheus, Nestor compartilhou alguns episódios que contam um pouco da vida do filho. O rapaz era o eterno campeão, um título conquistado não apenas pelo seu talento nas quadras, mas pela dedicação à equipe e à solidariedade. Um gesto exemplar revela a profundidade de seu caráter. Matheus pediu um novo par de tênis não para si, mas para um colega de equipe que precisava. Ele abriu mão do próprio material para que seu amigo pudesse treinar com conforto. “Era uma família mais humilde e, depois da morte do Matheus, eles nos procuraram para falar desse gesto. A gente não sabia desse ato de bondade”, disse.
Matheus Raschen tomou uma decisão corajosa na noite em que a Boate Kiss entrou, para sempre, nos livros de história. Depois de ter conseguido escapar do local em segurança, retornou ao interior da casa noturna e, mesmo sem saber, doou sua própria vida em prol dos outros. “Pela consciência dele, não poderia sair de lá e ir embora, deixar as coisas assim como estavam lá. Ele outros amigos foram responsáveis por salvar muitas vidas. Aquela tragédia poderia ser ainda maior”, lembrou o pai. Esse espírito de solidariedade estava profundamente enraizado em Matheus e sua trajetória no basquete contribuiu para moldar essa essência. Desde jovem, ele exercia liderança, atuando como capitão da equipe local e, mais tarde, da seleção gaúcha.
Nestor, olhando para as homenagens prestadas a Matheus, se emociona. "Eu gostaria de ter o Matheus aqui comigo, mas é um reconhecimento, um legado que ficou. Ele viveu só 20 anos, mas teve experiência de vida que muitas pessoas não têm ao longo de muitos anos. Então, ele foi intenso no período que viveu. Ele foi uma pessoa que se doou enquanto viveu. Eu diria que, sim, ele foi um exemplo de pessoa", destacou. Aos olhos do pai, aqueles que têm o privilégio de dar seus nomes às ruas se tornam referências, já que suas vidas e legados podem ser questionados e celebrados, inspirando a todos a aprender sobre suas realizações e contribuições.
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