O desenvolvimento cognitivo e a preservação da memória são os temas desta semana
A convidada do Arauto Saúde é Michele Brandão, educadora física especialista em gerontologia e estimulação cognitiva voltada aos idosos que atua há mais de 20 anos com o bem-estar das pessoas acima de 60 anos. Ela fala sobre estímulos para preservação da memória.
Como é feito o trabalho para preservação da memória?
A estimulação cognitiva está para o nosso cérebro assim como a atividade física está para o nosso corpo. Quando trabalhamos o cérebro estamos exercitando e fortalecendo, assim como quando se faz uma atividade física.
E como funciona? Existe técnica para isso?
Sim. Assim como na atividade física trabalhamos a parte respiratória e os membros superiores, na estimulação cognitiva trabalhamos a memória, a linguagem, a motricidade fina e diversas habilidades.
Esta estimulação da memória pode ser uma aliada para estimular as pessoas a também praticarem exercícios físicos?
Certamente sim. A atividade cerebral e a atividade física estão atreladas. Quando trabalhamos o cérebro, ganhamos também equilíbrio, melhoramos a memória. Se eu faço uma aula de dança, por exemplo, é preciso ter memória para decorar os movimentos. Quando a gente tem um cérebro ativo, isso nos incentiva a movimentar o corpo.
Esta estimulação deve ser realizada desde cedo?
Sim. O cérebro já pode ser estimulado na barriga da mãe. É muito comum ver brinquedos educativos, materiais que fazem com que a criança desenvolva sua cognição. A fase adulta é o ápice de todas as conexões cerebrais. Quando as pessoas envelhecem, se aposentam, passam a não utilizar mais tanto as habilidades e deixam de usar o cérebro da mesma forma, o que provoca um declínio. É neste momento que precisamos preservar o que temos e buscar alternativas para estimular o cérebro e criar novas conexões também.