Biomédica Eduarda Boeira trabalha com a prevenção e a descoberta de hepatite
A convidada desta semana é a biomédica Eduarda Boeira, que vai abordar um assunto destacado no mês de julho, as hepatites.
Você tem um trabalho na prevenção e descoberta das hepatites. Como funciona este projeto?
Trabalho com a prevenção das hepatites virais, mais especificamente com a hepatite C, a que mais nos preocupa hoje em dia, voltada então para a micro eliminação desta doença, o que é um objetivo mundial. A Organização Mundial da Saúde nos diz que 1,1 milhão de pessoas morrem ao longo de um ano por conta das hepatites virais. Então, a gente cria esta preocupação para eliminar estas doenças para que o objetivo mundial, através dos objetivos de desenvolvimento sustentável e também da OMS, seja atingido. O projeto surge com a intenção de testar as principais populações vulneráveis para as hepatites virais. Entram as populações de idosos e em instituições de longa permanência, população privada de liberdade, profissionais do sexo, indivíduos que estão mais propensos a vulnerabilidade dessas doenças. Seja vulnerabilidade social, econômica ou cultural.
A hepatite C é silenciosa. Como é esta doença e como ela é transmitida?
Cerca de 90% dos pacientes têm a hepatite C na forma silenciosa, não apresentam sintomas na fase aguda. Eles podem apresentar febre uma vez ou outra, ou até nenhum sintoma. Nesses casos a doença é descoberta posteriormente, quando já desenvolveu para uma cirrose ou um hepatocarcinoma. São doenças que nos preocupam porque os pacientes as descobrem próximo da fase terminal, quando não existe muito mais o que ser feito a não ser um transplante de fígado ou etapas mais interventivas. As formas de transmissão da hepatite C são através do sangue, relação sexual, compartilhamento de objetos perfurocortantes, como agulhas, manicure e pedicure com objetos sem esterilização, pacientes em hemodiálise também estão propensos a desenvolver, são casos que acompanhamos sempre de perto.