Nascido em Candelária, ele escolheu Santa Cruz para viver com a família
Iro Schünke, aos 72 anos, é uma figura reconhecida na defesa da cadeia produtiva do tabaco em Santa Cruz e região. Nascido em Candelária, ele se considera um filho adotivo de Santa Cruz, onde viveu grande parte de sua vida. Sua ligação com o tabaco começou desde cedo, já que seu pai era um pequeno produtor na Linha Passa Sete.
Os primeiros anos de Iro foram marcados por uma infância no campo, em uma época em que não havia eletricidade e a estrada era precária. Para chegar à escola, ele e seus colegas utilizavam atalhos pelos pastos para encurtar o caminho. Após concluir o ensino primário, parou de estudar por um ano, quando dedicou-se à leitura da Bíblia. Na sequência, ingressou no ginásio agrícola e, posteriormente, no Técnico Agrícola. Em 1974 ele se formou em Agronomia na Universidade Federal de Santa Maria.
A vida de Iro Schünke esteve fortemente ligada ao tabaco. Ele trabalhou praticamente toda a sua vida nessa área, sendo considerado um entusiasta e defensor da cultura do tabaco. Sua paixão pelo tema é evidente, pois ele afirma ter o DNA do tabaco correndo em suas veias. Em 1975, mudou-se para Venâncio Aires para iniciar seu trabalho em uma empresa fumageira e, quatro anos depois, transferiu-se para Santa Cruz, onde ingressou na Meridional de Tabacos, atualmente Alliance One, permanecendo até 2006, quando então assumiu a presidência do SindiTabaco, onde atua até hoje.
Foi nesse período que Iro enfrentou grandes desafios e mudanças na cadeia produtiva do tabaco. A Convenção-Quadro, ratificada pelo Brasil em 2005, trouxe consigo ataques significativos à indústria do tabaco. Consciente da importância de se comunicar de forma eficiente, Iro e sua equipe contrataram uma assessoria de comunicação para ampliar a visibilidade do setor e destacar os benefícios sociais e econômicos gerados pela cultura.
Um dos objetivos da comunicação era combater estereótipos negativos e resgatar o orgulho dos produtores de tabaco, que muitas vezes eram estigmatizados. Por meio de jornais, televisão e redes sociais, Iro e sua equipe buscaram mostrar a importância da cadeia produtiva do tabaco para a comunidade, evidenciando não apenas o produto final, mas principalmente o impacto positivo que ele gera.
No entanto, comunicar-se sobre o tabaco fora da Região Sul foi um desafio, já que a plantação está concentrada nessa área. A falta de conhecimento sobre a cultura em outras regiões tornou-se um dos principais temas abordados pela equipe de comunicação. Além disso, Iro Schünke e seus colegas dedicaram-se à sustentabilidade da cadeia produtiva, abordando questões como preservação da mata nativa, trabalho infantil e saúde e segurança do produtor.
Iro é conhecido por usar parábolas e citações bíblicas em suas palestras e apresentações, com o intuito de atrair a atenção do público. Essa prática tornou-se uma marca registrada em suas comunicações e ele continua a trabalhar incansavelmente para desmascarar as inverdades disseminadas sobre o setor. Embora reconheça os danos causados pelo consumo de cigarros, ele destaca que muitas informações negativas em relação à cadeia produtiva do tabaco são infundadas.
Para Iro Schünke, sua vida é um legado de defesa e dedicação ao tabaco. Ele continua envolvido com o setor e estará sempre à disposição para defende-lo. Além de seu trabalho incansável, Iro também encontra tempo para se dedicar a seus hobbies, como o tênis, que pratica de duas a três vezes por semana desde os 35 anos. Ele também é apaixonado por xadrez e acredita que esse jogo estratégico deveria fazer parte do currículo escolar, ensinando disciplina e estratégia aos alunos.
A família é um pilar fundamental na vida de Iro Schünke. Durante a pandemia, ele enfrentou a perda de sua esposa, Lúcia, com quem foi casado por 44 anos. Suas filhas, Janaina e Jaqueline, são motivo de orgulho para ele. Ele acredita que a família é um porto seguro em sua vida. Com seu comprometimento e paixão pela defesa da cadeia produtiva do tabaco, Iro Schünke deixará um legado duradouro, demonstrando que é possível lutar por aquilo em que se acredita e buscar a valorização de uma cultura que faz parte da vida de muitas pessoas.