A psicóloga Rayssa Madalena Feldmann conversa com o Jornal Arauto sobre os impactos das mídias tanto à crianças quanto a adultos
Esta edição do Arauto Saúde traz a psicóloga Rayssa Madalena Feldmann para falar sobre a influência das mídias às crianças e adultos.
Que danos a influência das mídias e dos influencers podem levar às crianças?
É importante falar desse assunto, primeiro, porque as mídias não precisam ser colocadas num cenário de “mocinho e vilão”. É preciso haver um equilíbrio em relação à utilização delas. Pensando no uso adequado delas, o que podemos observar dentro do espaço escolar, é nos déficits que as crianças podem vir a apresentar. Pode haver dificuldades de socialização, a interação com outras crianças pode ficar bem empobrecida causando o empobrecimento, também, dos processos criativos em relação à criação, imaginação, à fantasia , além do atraso no desenvolvimento da linguagem. Observamos atualmente, principalmente pós-pandemia, em grande escala, que as demandas de encaminhamento para avaliação fonoaudiológica triplicaram. A busca por respostas imediatas também é um alerta que o hábito traz, pois as crianças não sabem mais esperar, e isso pode ainda acarretar em outros problemas. Temos que fazer todo um trabalho no processo de aprendizagem para que lá na frente possamos diminuir as sequelas dessa influência.
Podemos dizer que estamos diante de um grave problema, porque os alunos passam a ser improdutivos e, se falarmos de adultos, a improdutividade no trabalho também é consequência dessa dependência. No trânsito, chegam a se colocar em risco enquanto dirigem.
Estamos falando da busca pelo imediatismo. As pessoas hoje, sem tempo de espera e numa sociedade que busca ser produtiva o tempo todo e a todo tempo, se arriscam. Precisam dirigir e falar ao celular, perdem a oportunidade de apreciar a vista e de estar atento ao que acontece. Podemos levar esse exemplo para o espaço escolar quando falamos dos déficits cognitivos que a criança tem no sentido de perder atenção, memória e foco. Não é diferente com os adultos. O prejuízo é não conseguir mais focar em uma coisa só.